Neste domingo

Policial militar é agredido por MC de Belo Horizonte em bar no Prado

Confusão começou depois que uma conhecida do cabo foi abordada por seguranças do estabelecimento, que pediram que ela parasse de usar um cigarro eletrônico; o dono do bar deu outra versão sobre o ocorrido

Por Rafaela Mansur e Lisley Alvarenga
Publicado em 08 de dezembro de 2019 | 10:02
 
 
 
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Um policial militar de 35 anos foi agredido em um bar no Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, na madrugada deste domingo (8).

De acordo com o boletim de ocorrência, o policial, o cabo do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) Dimitre Frederick Kicke Basaia, estava jogando sinuca com amigos no estabelecimento, quando viu seguranças da casa abordando uma conhecida dele de forma violenta, com o intuito de colocá-la para fora. 

Ao questionar os seguranças sobre o motivo da ação, ele foi informado de que a mulher estaria violando o regulamento interno do local, ao utilizar um cigarro eletrônico. No entanto, os profissionais da casa não teriam informado que lei regulamenta essa proibição. 

Conforme o militar, várias pessoas exaltadas se aproximaram, e ele teria dito que era policial e estava de folga, com o objetivo de resolver o atrito. Neste momento, um homem teria desferido uma garrafada na cabeça do cabo. O suspeito seria um MC de funk.  

Dimitre disse que saiu do local, buscou um espaço seguro e acionou a Polícia Militar para pedir apoio. Segundo ele, o bar teria dificultado a entrada da guarnição e facilitado a fuga do suspeito. "A entrada principal do estabelecimento foi fechada e, quando a viatura chegou, os policiais tiveram dificuldade de entrar na casa. Quando eles conseguiram, o agressor já não se encontrava no local", afirmou.

O militar foi socorrido pela Rotam e levado para o Hospital da Polícia Militar (HPM). Ele teve lesões leves no supercílio esquerdo e precisou passar por uma intervenção cirúrgica de sutura. 

Outro lado

O proprietário do bar, que pediu para não ter o nome divulgado, rebateu as alegações do policial militar e acusou a corporação de ter se negado a registrar o boletim de ocorrência sobre a briga. O homem disse ainda que tem filmagens sobre toda a confusão ocorrida.

Segundo o empresário, após os seguranças solicitarem várias vezes que a conhecida do militar não utilizasse cigarro eletrônico no local, uma segurança feminina tentou conduzir a mulher para fora do estabelecimento. “Não houve nenhum tipo de agressão contra a cliente. Porém, nesta hora, o policial deu um empurrão na segurança feminina, rasgou a camisa dela e ainda deu um soco no braço dela. A segurança está com escoriações no braço. O PM estava bêbado e também sacou uma arma, amedrontando as pessoas que estava no bar”, afirmou.

Depois das supostas agressões, os seguranças do bar teriam imobilizado o PM. “Quando isso ocorreu, esse cliente (MC) acabou entrando no meio para ajudar os seguranças. Não chegamos a ver, mas soubemos que ele deu uma garrafada na cabeça do militar”, disse o dono do bar.

Ainda conforme o empresário, após a briga, ele acionou a Polícia Militar por meio do 190, fechou as portas da casa e começou a dispensar os demais clientes que estavam no estabelecimento. “Mas quem acabou chegando primeiro foi uma viatura da Rotam, com quem o PM envolvido na confusão trabalha. Eles não pediram para os funcionários abrirem o portão, chegaram picando o pé e quase quebrando o portão. Tentaram chutar a porta do escritório e invadiram o banheiro feminino, que estava sendo utilizado por uma advogada. Ela teve, inclusive, que apresentar sua carteira da OAB para eles”, contou.

Somente depois da chegada da Rotam é que o dono do bar disse que a viatura solicitada pelo 190 chegou ao estabelecimento. “E eles também não quiseram registrar o boletim de ocorrência, porque um militar estava envolvido. Por isso, vou hoje (neste domingo) na delegacia tentar fazer o BO”, disse o empresário. 

A Polícia Civil informou que o caso será investigado na 2ª Delegacia de Polícia Civil Sul.

Atualizada às 16h04

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