Um amigo do técnico em manutenção Reinaldo Faria dos Santos, de 36 anos, é o principal suspeito de matá-lo na frente das duas filhas, de 8 e 3 anos, na manhã desta sexta-feira (18) no bairro Morada da Serra, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi morta com cinco tiros dentro da própria casa.
A família informou que o suspeito teria ido tirar satisfações com o técnico em manutenção porque ouviu que ele estaria tendo um caso com a mulher dele. Vizinhos ouvidos pela reportagem contaram que o atirador chegou no início da manhã e, aos gritos de “eu sou homem, eu sou homem”, atirou contra a vítima.
A família nega que tenha havido a traição alegada pelo suspeito, porque isso não condiz com a vítima.
"Meu irmão desceu, conversou com ele e eles começaram a discutir. Meu irmão tentou entrar e ele atirou, nas costas, no peito e no pescoço dele. Deu coronhadas também. Ele estava muito alterado. Aí ele saiu e não deu tempo de pegarmos a placa. O cara é conhecido. Muito ciumento. Veio aqui e fez o que fez com a família da gente. Ele morou no Barreiro e meu irmão também, no mesmo prédio. Eles bebiam juntos, levavam os meninos pra brincar. Ele separou da mulher, cismou com o meu irmão e veio aqui", afirmou o padeiro Reginaldo Faria dos Santos, de 40 anos, irmão da vítima.
O técnico em manutenção era conhecido por toda a vizinhança por ser uma pessoa alegre, comunicativa e amiga de todos.
"É uma dor muito grande. Meu irmão tinha uma vida inteira pela frente. Eu perdi um irmão, um amigo, um parceiro. Fica a revolta. O cara que matou é o que se dizia amigo dele, então a gente tem que olhar com quem a gente anda. Fica o apelo por justiça. Está aí uma esposa destruída, um irmão, os pais. Duas filhas pequenas. Não desejo isso para ninguém. Antes de a pessoa chegar e sacar uma arma, pensa primeiro. Hoje ele destruiu a minha família", afirmou Reginaldo.
Mesmo revoltado, o padeiro disse que ‘abençoa’ o homem que tirou a vida do irmão.
"Ele saiu falando que mataria mais gente. Mas a gente aqui não faz justiça com as próprias mãos. Tudo o que acontece em cima da terra e debaixo do céu tem a permissão de Deus, mas o que ele fez aqui hoje é uma coisa que a gente ouve falar de família dos outros mas não pensa que vai acontecer com a gente. Eu não desejo para a família de ninguém a dor que eu estou sentindo hoje, o desespero dentro de mim. Eu não vou ver meu irmão mais. Ele tirou uma parte de mim. Mas onde ele estiver, que Deus abençoe ele, pra não destruir mais famílias como fez com a minha. Eu não vou vingar com as minhas mãos e, cedo ou tarde, ele vai pagar", afirmou.
A Polícia Civil vai investigar o caso e, até o momento, ninguém foi preso.