A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta quarta, um dia após visitar Belo Horizonte, liberar mais R$ 2 bilhões para o metrô da cidade. O valor irá financiar a construção de dois novos trechos da Linha 3 (Savassi/Belvedere) – um braço até o Belvedere e outro ramal entre a praça Sete e Santa Teresa, passando pela região hospitalar.


Nos últimos dois anos, foram prometidos R$ 5,16 bilhões para o metrô, mas especialistas garantem que o recurso é insuficiente. O montante necessário seria de R$ 9 bilhões.

As mudanças no traçado original do projeto de extensão foram divulgadas ontem pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), que coordena as intervenções. Até então, a Linha 3 faria a ligação apenas entre a Lagoinha e a Savassi. O trecho subterrâneo, segundo o Estado, será operado por Parceria Público Privada (PPP).

Outra mudança é a Linha 2, que começará no Barreiro e irá até a futura estação Nova Suíça e não mais na Calafate. Os atuais 230 mil passageiros diários deverão ultrapassar a marca de 1 milhão quando as três linhas estiverem operando.

O engenheiro Nilson Tadeu Nunes, ex-superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Belo Horizonte, afirma que os R$ 5,16 bilhões não serão suficientes para tirar as três linhas do papel. Segundo ele, só a construção da Linha 2 custaria R$ 3 bilhões. “O necessário para as linhas 1,2 e 3 seriam pelo menos R$ 9 bilhões. Acredito que os anúncios são muito mais políticos do que reais”, criticou.

Nunes, que é professor de engenharia da UFMG, disse que, se os R$ 9 bilhões fossem liberados, seriam necessários pelo menos cinco anos de obras. “Quando o recurso sai, os projetos para a obra e as demandas da cidade já são outras totalmente diferentes”, avaliou.

A Setop informou que as obras têm orçamento apenas estimado, “uma vez que somente serão conhecidos os custos definitivos após a elaboração dos respectivos projetos de engenharia”. Ainda segundo a secretaria, a previsão de investimento é baseada em obras similares em execução no país. A nota informou que as aquisições dos trens e da sinalização das futuras linhas 2 e 3 serão de responsabilidade pelo parceiro privado.

Andamento. Os R$ 5,16 bilhões pagarão os projetos básicos de engenharia das linhas 2 e 3 iniciados em abril de 2013 e que devem ser encerrados em 12 meses. Os projetos contemplam a expansão da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho), e a construção das linhas 2 e 3.


Entenda a divisão dos R$ 3,16 bilhões

Resumo. Dos R$ 3,16 bilhões anunciados pela presidente Dilma Rousseff em setembro de 2011 para ampliação do metrô de Belo Horizonte, R$ 1 bilhão seriam destinados diretamente do Orçamento do governo federal.

Divisão. A parcela de R$ 1,47 bilhão seria fruto da parceria ente os governos estadual, municipal e da iniciativa privada.

Informação. Outro valor de R$ 1,13 bilhão seria obtido por meio de financiamento do mercado financeiro.

Nacional. Dentro da verba de financiamento para o metrô da capital, R$ 750 milhões serão via BNDES.

Origem. Os R$ 3,16 bilhões serão destinados às novas Linhas 2 e 3 e para a melhoria da 1.