Um homem, de 40 anos, foi preso nesta quarta-feira (10), como principal suspeito de ter estuprado e engravidado uma garota de 13 anos, em Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste do Estado. O filho dele, um jovem de 17 anos, também está sendo investigado pela Polícia Civil por ter participado do crime, mas não foi apreendido ainda porque está morando na Espanha com a mãe.

Apesar da atrocidade, a garota gestou o bebê, que nasceu no segundo semestre ano passado. Ambos estão em ótimo estado de saúde física, segundo o delegado de Polícia Civil que investiga o caso, Weslley Amaral de Castro.

Os abusos ocorreram em, pelo menos, três ocasiões, sendo a primeira no final de 2017 e as duas últimas no início de 2018. As investigações tiveram início quando a corporação descobriu que a garota estava grávida de sete meses, em julho de 2018.

Inicialmente, as primeiras apurações da corporação apontavam que o pai do bebê seria um adolescente de 15 anos, com quem a garota teria tido uma relação sexual consentida. Entretanto, durante as investigações, foi levantada a suspeita de que pai e filho estariam abusando da garota. A confirmação da paternidade veio após o exame de DNA.

“Até então, a vítima não tinha contado para família a ocorrência dos abusos, porque o homem ameaçava ela e a família de morte. Então, ela guardou essa informação para ela. A princípio, a família acreditava que a gravidez era oriunda de um ‘namorico’ dela com um adolescente”, detalha Castro.

Como os abusos ocorriam

O delegado afirma que os abusos ocorriam nos momentos em que a vítima ficava sozinha, quando a mãe e o padrasto saíam para trabalhar. “Aproveitando da referida fragilidade, o investigado e o filho iam até a casa da vítima e praticavam os abusos. A vítima detalhou que, enquanto o adolescente a segurava e a amordaçava, o suspeito mantinha relações sexuais e posteriormente, pai e filho trocavam as posições, e os abusos recomeçavam”, detalha.

Os abusador tinha a confiança da família porque é irmão do padrasto da adolescente. O delegado relata ainda que a jovem é portadora do Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Caso se repete

A Polícia Civil investiga agora se a família foi conivente com a situação ou se mostrou omissa perante os abusos. De acordo com o delegado, a vítima já tem um histórico de violência sexual.

“O objetivo das investigações, agora, é apurar eventual conivência dos familiares da vítima, ou ainda a prática do crime de abandono de incapaz, uma vez que ela já havia sido estuprada anteriormente, por um homem de 27 anos, já indiciado e preso”, conclui.

Desdobramentos

A pena prevista para o crime de estupro de vulnerável é de até 15 anos, podendo ser aumentada em até dois terços, devido à gravidez. O homem, de 40 anos, foi encaminhado ao Sistema Prisional e encontra-se à disposição da Justiça.

Em relação ao adolescente suspeito, a Polícia Civil representará pelas medidas cautelares pertinentes e, caso seja comprovado o abuso, a corporação vai acionar a Interpol para que o adolescente seja apreendido na Espanha.