Passinho do detento

Presos se filmam dançando funk dentro de cela em Minas Gerais

Suapi informou que já abriu procedimento de investigação para identificar o local em que o vídeo foi feito

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 14 de agosto de 2014 | 20:24
 
 
 
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Um vídeo que circula nos últimos dias pelo aplicativo de celular Whats App levanta novamente a polêmica do uso de telefones celulares no interior das cadeias e presídios de Minas Gerais. As imagens mostram vários detentos de uma cela, todos com o uniforme da Superintendência de Administração Prisional (Suapi), dançando um funk criado por eles. O órgão informou que investigará em qual unidade o vídeo foi feito.

Logo no início do vídeo, um dos presos aparece dançando completamente nu, usando apenas a blusa tapando o rosto. "Olha aí rapaziada, a sensação do momento. Todo mundo vai entrar no passinho do detento. Eu venho ensinar o tal do procedimento, só fazemos dessa forma porque estamos no veneno. De costas, um, dois, três. De frente, um, dois três", brinca a música, fazendo referência à revista íntima para buscar aparelhos telefônicos e drogas nas partes íntimas dos detentos. 

Após ironizar as ordens dadas pelos agentes penitenciários, os "cantores" convidam os ouvintes a entrarem na dança e no movimento. "Se você quiser dançar, vira um detento", diz a letra. Em seguida, a canção feita pelos condenados passa a ofender os agentes, dizendo que eles parecem ser homossexuais por ficarem olhando para os seus órgãos sexuais durante os procedimentos.

Em determinado momento, a música cita um agente penitenciário identificado como "Lourão", que seria agente do Grupo de Intervenção Tática (Gite), que também é chamado de homossexual e ofendido pelos detentos. 

Resposta

Procurada por O TEMPO, a Suapi informou que abriu procedimento de investigação para apurar de qual unidade partiu o vídeo. As providências cabíveis serão tomadas ao final da apuração. "A Suapi destaca ainda que são realizados trabalhos diários para evitar a entrada de materiais ilícitos nas unidades – como aparelhos celulares – que podem ter realizado a gravação desse vídeo", garante o órgão.

A nota divulgada pela superintendência ainda afirma que em  todas as unidades prisionais são realizadas varreduras nas celas e revista nos detentos durante todos os dias, visando evitar a entrada destes materiais. As unidades também contam com tecnologia como banquetas e detectores de metal portáteis.

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