Os professores da rede particular decidiram manter a greve após assembleia realizada nesta segunda-feira (13) no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), os rumos do movimento serão decididos após uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), marcada para começar às 14 horas de quarta-feira (15).
"Na última reunião de negociação, os donos de escolas mantiveram a intenção de retirar direitos da categoria e precarizar as condições de trabalho dos docentes. Eles insistem, por exemplo, nas propostas de acabar com as bolsas de quem atrasar a mensalidade, de aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária sem ter de indenizar os professores e de incluir no acordo uma oportunidade para a escola deixar de pagar horas extras aos docentes, o chamado “controle alternativo de jornada”, informou o Sinpro.
Durante a reunião, os professores rejeitaram a proposta patronal e reafirmaram a pauta de reivindicações entregue aos donos de escolas. A categoria quer a recomposição salarial de 5%, a manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a regulamentação do trabalho virtual entre outras demandas.
“Estamos em um momento insustentável, e o nível de precarização tende a piorar com a mercantilização da educação, que nos transforma em um número na planilha de custos. A gente precisa se fortalecer neste momento, pois nos separar é justamente o que o patronal quer”, afirmou uma professora por meio do sindicato.
Outros professores denunciaram a sobrecarga de trabalho e que estavam sendo intimidados pelos donos de escolas para não aderirem a greve. “Os professores e professoras estão sendo bastante assediados. Vários foram chamados pela direção para não aderir à greve, que é um direito constitucional dos trabalhadores. É importante que os professores denunciem essa situação, porque vamos recorrer à Justiça para assegurar o direito dos professores”, ressaltou Thais D’Afonseca, presidente interina do Sinpro Minas.