Sem negociação

Professores de escolas particulares de BH entram em greve na segunda-feira (6)

Decisão foi tomada em assembleia nesta quarta (1°); diretor do sindicato patronal afirma 'não ver motivo para paralisação ou greve'

Por Malú Damázio
Publicado em 01 de junho de 2022 | 13:27
 
 
 
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Professores das escolas particulares de Belo Horizonte vão entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira (6). A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria, realizada nesta quarta-feira (1°), após os representantes das empresas de ensino privado não acatarem o reajuste pleiteado pelos educadores, de 25,23%. 

A diretora do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), Valéria Morato, afirma que a entidade patronal, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG) “se recusa a negociar a pauta”.

“Isso demonstra a desvalorização de professores e professoras quando [o Sinepe-MG] oferece 5% de reajuste para a educação básica e 4% para o ensino superior, sendo que somente o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] de 2022 é 11,73%. O que recebemos não recompõe nem a metade desse valor”, argumenta. 

O diretor do Sinepe-MG, Winder Almeida de Souza, relata "não ver motivo algum para paralisação ou até mesmo greve, visto que estamos em pleno tempo de negociação ainda”.

Ele reforça que não houve pedido do Sinpro-MG para uma nova reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e afirma que todos os benefícios aos funcionários das escolas particulares estão mantidos. 

Questionado se haveria alguma punição aos professores que aderirem à greve, Winder de Souza não respondeu. 

Apoio de mãe

A servidora pública Maria Antonieta Fernandes, de 40 anos, tem dois filhos adolescentes matriculados em escolas particulares de Belo Horizonte. Para ela, a paralisação é importante para a valorização do ensino de qualidade.

"A gente tem acompanhado a questão do reajuste que eles pedem. Ano passado não teve, esse ano não teve novamente. Parece que eles estão pedindo pelo menos o reajuste da inflação, e as escolas nem isso querem dar. Sem professor bem-remunerado não há professor motivado. Se motivação, há educação de qualidade. É dever dos pais apoiar a greve. 

Com Anderson Rocha

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