Construção civil, mineração, serviços de utilidade pública, automobilística, alimentos e metalurgia. Dos mais diversos setores e dos mais variados produtos, a indústria mineira movimenta quase R$ 130 bilhões todos os anos e é responsável por empregar mais de um milhão de trabalhadores, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

E diante de uma das maiores pandemias dos últimos séculos, a maioria foi obrigada a parar há pelo menos 45 dias. Para garantir um retorno seguro das unidades, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) adquiriu 300 mil testes rápidos que serão utilizados em uma amostragem em massa entre os profissionais da indústria.

A expectativa é que os insumos começem a ser distribuídos na segunda quinzena do mês. De acordo com a gerente de Segurança e Saúde no Trabalho e Qualidade de Vida do Serviço Social da Indústria (Sesi), Cristiane Scarpelli, apesar do foco das atividades estar nas indústrias de primeira necessidade, como as alimentícias, o objetivo é realizar os diagnósticos em todos os setores. 

"Não vamos limitar a execução desses testes. Faz parte de um processo maior do Sesi para a retomada do trabalho de forma segura, com consultoria para as indústrias e acompanhamento clínico dos casos suspeitos", explica a dirigente. 

Além de prevenir as contaminações por coronavírus – com a testagem em massa, é possível traçar melhores estratégias e analisar a real proliferação da doença entre as pessoas –, o uso dos testes vai permitir identificar pessoas que estão positivas e podem ser assintomáticas, por exemplo. "Os testes ainda identificam quem já está imunizado ou aquele que poderia estar em monitoramento", complementou.

Enquanto os aparelhos não chegam, a entidade já trabalha com o levantamento das demandas de todas as indústrias do Estado. "Assim foram entregues, vamos começar a aplicação e será montada uma estrutura com profissionais capacitados para realizarem os testes, além de uma máquina de leitura dos resultados", afirma.

Nova tecnologia

A gerente do Sesi disse que, apesar de serem testes rápidos – considerados menos eficientes que os exames realizados em laboratório e indicados apenas para a quem teve os sintomas da doença ou a realização de amostragens entre a população –, eles contam com uma tecnologia que permite a criação de laudos dos resultados. 

"A maioria dos testes rápidos fazem a medição, mas só de uma leitura instantânea, a exemplo dos testes de gravidez vendidos em farmácia. Após um tempo, o resultado some. Já nesses adquiridos, tem um laudo que garante a rastreabilidade do exame", finaliza.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, esclareceu que já foram investidos mais de R$ 120 milhões em ações para o combate ao coronavírus. A entidade não precisou, porém, o valor que foi gasto na compra dos 300 mil testes rápidos contra a Covid-19.