Transtorno

Rompimento de adutora deve causar crise de abastecimento de água em Betim

Reunião entre Copasa e a Prefeitura de Betim terminou sem soluções apresentadas pela companhia de abastecimento

Publicado em 05 de março de 2022 | 13:12

 
 
Reunião entre Prefeitura de Betim e Copasa sobre o desabastecimento na cidade Reunião entre Prefeitura de Betim e Copasa sobre o desabastecimento na cidade Foto: Divulgação/Prefeitura de Betim
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A reunião marcada para a manhã deste sábado (5) entre representantes da prefeitura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, e diretores da Copasa terminou sem nenhuma solução apresentada pela companhia de abastecimento. O encontro ocorreu para debater a situação de bairros na cidade que estão sem o fornecimento de água após uma adutora se romper na última terça-feira (1º). 

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A Copasa enviou à reunião o engenheiro da Gerência Regional Metropolitana Sul (GRMS) Wallace Viana Figueiredo. Após as conversas, ele falou que é preciso "esperar e ter fé de que a coisa vai dar certo". "Olha, a avaliação é que vamos ter um resultado muito bom quando o sistema paliativo for colocado em operação e vamos colocar o sistema pra funcionar em um curto período, vamos esperar e ter fé que a coisa vai dar certo", afirmou. 

O sistema paliativo citado pelo engenheiro deve ficar pronto em três semanas. 

Aos presentes na reunião, Viana disse que tem causado um desabastecimento em outras cidades para poder suprir algumas demandas surgidas após o rompimento da adutora. "Estou causando desabastecimento em Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, por exemplo, para atender Betim".

Apesar de não ser admitida por parte da companhia, a ideia de rodízio entre os betinenses já é algo próximo a ocorrer. Na reunião, a empresa disse que tem tentado de tudo para isso não ocorrer.

O superintendente da Defesa Civil de Betim, tenente-coronel Walfrido de Assis, pontuou que o representante da Copasa apresentou detalhes do desabastecimento atual e apresentou medidas para minimizar impactos nos próximos dias. "Ele se comprometeu a manter o mínimo de abastecimento e comunicar de imediato o que vai ocorrer para que possamos informar melhor à população. Esperamos que o compromisso seja levado a efeito", declarou.

Intervenções

A ideia da Copasa é esperar mais um dia, até este domingo (6), para ver como uma ação emergencial vai causar impactos no abastecimento. Nessa sexta-feira (4), a empresa interligou o sistema do Rio Manso para abastecer os reservatórios antes dependentes da estrutura danificada. 

Na segunda-feira (7), vai ser instalado um novo sistema, paliativo, com vazão de 600mm, menor do que o atual. Essa intervenção vai durar 20 dias e dar um fôlego para a distribuição de água, apesar de não ser suficiente. A medida vai atender apenas a região de Vianópolis, enquanto outras continuarão desabastecidas. 

A companhia deve fazer nos próximos dias uma campanha de conscientização sobre uso consciente da água, para evitar que a cidade tenha que passar por rodízio.

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Posicionamento

A reportagem procurou a Copasa sobre as definições da reunião e os bairros que continuam desabastecidos neste sábado. Sem citar os bairros, a empresa informou que "toda a região metropolitana de Belo Horizonte está recebendo água, entretanto o desabastecimento ainda é reflexo do rompimento da adutora na travessia do rio Paraopeba, na divisa entre Betim e Juatuba, no dia 1º/03". A Copasa disse que o desabastecimento afeta 15% da produção do sistema integrado metropolitano e que técnicos estão realizando manobras operacionais para garantir o abastecimento.

Para compensar o déficit no fornecimento, a empresa alega que mantém a produção na capacidade máxima dos outros sistemas, como do Rio Manso, Vargem das Flores e Rio das Velhas.
 
"Por isso, a importância do uso racional da água em toda RMBH para que o impacto seja o menor possível para a população, até que as obras emergenciais estejam prontas", diz a nota enviada pela companhia. 

Resposta

Por meio de nota, a Prefeitura de Betim afirmou que cobrou novamente uma solução definitiva por parte da concessionária para a crise de abastecimento de água em diversos bairros da cidade. "Betim cobrou, também, mais transparência da companhia sobre as ações de reparo da adutora rompida - que provocou a interrupção do fornecimento de água em pelo menos três regiões do município - e sobre as medidas alternativas adotadas para amenizar o problema. A prefeitura ressaltou a importância de que as informações passadas pela Copasa tenham objetividade e clareza para que a administração possa se preparar para eventuais ações emergenciais e para que a população seja constantemente atualizada sobre o andamento dos trabalhos", diz o comunicado.

Devido ao rompimento de adutora, vários bairros das regiões do Centro, Vianópolis e Norte tiveram o fornecimento de água comprometido. A região de Vianópolis é a mais afetada até o momento, com mais de dez bairros sendo abastecidos apenas por meio de caminhões-pipa da concessionária. 

Na sexta, nove escolas da rede municipal de ensino tiveram as aulas suspensas em consequência do desabastecimento. Além disso, unidades de saúde e de assistência social também registraram falta de água e precisaram ser abastecidas por caminhão-pipa. Diante da situação, o Executivo decretou situação de emergência no município. Todas as pastas da administração direta e indireta estão autorizadas a adotar as medidas necessárias para minimizar os efeitos causados pela interrupção do abastecimento. Além disso, a prefeitura recomenda aos cidadãos o uso racional da água a fim de evitar a escassez total no município, o que paralisaria os serviços essenciais à população.

A Prefeitura de Betim ressalta que seguirá cobrando da Copasa uma solução rápida e definitiva para o problema.