Samarco paga salários dos empregados em Mariana

A mineradora Samarco, responsável pela barragem que se rompeu em Mariana, no início do mês de novembro, pagou o salário de seus funcionários no município, de acordo com o sindicato Metabase, que representa a categoria. Na última semana, a Samarco informou por meio de nota que não poderia "cumprir os compromissos financeiros com seus funcionários e fornecedores" em razão do bloqueio de cerca de R$ 300 milhões, determinado pela Justiça.

Por este motivo, de acordo com o presidente do Metabase, Ronaldo Bento, o sindicato foi à Justiça pedir ajuda. Bento afirmou que o juiz de Mariana, ao tomar conhecimento de que o valor bloqueado das contas da Samarco havia ultrapassado os R$ 300 milhões, autorizou a liberação da quantia excedente, que teria sido usada para pagar os salários. “Até a noite de hoje (esta segunda) estarão efetuados todos os pagamentos”, explicou o presidente, lembrando que alguns funcionários tiveram problemas com o banco em que recebem, o que já está sendo resolvido.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou que o juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, em substituição na 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Mariana, autorizou a Samarco a levantar os valores bloqueados em suas contas que ultrapassaram o valor determinado pelo magistrado.

De acordo com o TJMG, o cumprimento das liminares que determinaram o bloqueio de R$ 300 milhões da mineradora, por meio do sistema Bacenjud e por comunicação direta ao Banco Central, resultou em bloqueio de R$ 508.522.538, isto é, de R$ 208,5 milhões a mais que o determinado pela Justiça.

Por meio de nota, a Samarco também confirmou que recebeu a autorização. “A companhia está buscando a movimentação dos recursos junto ao Banco Central do Brasil para cumprimento de seus compromissos financeiros”, diz o comunicado.  A empresa, no entanto, não confirmou se os recursos foram usados no pagamento dos salários dos trabalhadores. 

Na semana passada, a Justiça de Mariana informou que não conseguiu fazer o bloqueio de R$ 300 milhões porque só havia R$ 8 milhões nas contas da mineradora. Para completar a quantia, a Justiça pediu ao Banco Central a interdição dos investimentos da mineradora. Esse bloqueio que teria sido feito a mais.