Servidores da PBH decidem manter greve em assembleia na Afonso Pena

Servidores municipais de Belo Horizonte, que passaram a noite acampados na sede da prefeitura, decidiram pela manutenção da greve em assembleia geral realizada na manhã desta terça-feira (20), que ocupou a avenida Afonso Pena, no centro. Os servidores reivindicam reajuste salarial de 15% e aumento do vale-alimentação para R$ 28. A greve já completa 14 dias. 

Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), cerca de 1.000 grevistas participaram da assembleia, que contou com caminhão de som. Em seguida, a categoria seguiu até a praça Sete em passeata. Uma nova assembleia está marcada para acontecer nesta sexta-feira (23).

De acordo com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), os servidores se mantiveram na avenida Afonso Pena, no centro da capital, entre rua da Bahia e Álvares Cabral e ocuparam uma faixa do trânsito.

Mais cedo, eles ocuparam a avenida Afonso Pena até a esquina com a rua da Bahia, no sentido Mangabeiras. O grupo colocou cadeiras na via. O trânsito foi desviado para a rua da Bahia, onde o fluxo esteve totalmente retido. A lentidão registrada no tráfego alcançou as ruas dos Caetés, São Paulo, Rio de Janeiro e avenida Santos Dumont. Houve retenção também na avenida Augusto de Lima, entre as praças Raul Soares Afonso Arinos, no sentido avenida João Pinheiro.

Na última assembleia, realizada no dia 14 de maio, os trabalhadores rejeitaram a proposta da prefeitura de 5,56% de reajuste e R$ 1 (5,88%) a mais no vale-alimentação, ambos com incidência a partir de setembro.

Resposta 

Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que 'tem mantido discussões constantes com os sindicatos dos seus servidores sobre a política remuneratória para o ano de 2014 e para os anos seguintes, por meio de reuniões periódicas". Neste ano, teriam sido mais de 20 encontros entre as entidades sindicais e as secretarias de Planejamento, Orçamento e Informação e Adjunta de Recursos Humanos.

Além disso, a assessoria informou que "outros itens da pauta apresentada pelos servidores estão sendo discutidos na Mesa de Negociação Sindical, já que demandam estudos técnicos e jurídicos".

Por volta das 14h, os grevistas começaram a se dispersar, mas o acampamento na sede da prefeitura continua. Iniciado na madrugada desta segunda-feira (19), os servidores se revesam em cerca de 20 barracas e se mantêm na porta da PBH. O ato é por tempo indeterminado, de acordo com o Sindibel.

Investimento

De acordo com a prefeitura, com o reajuste salarial proposto, serão gastos cerca de R$ 150 milhões a mais com despesas de pessoal em 2015, valor que representa cerca de um terço do que se irá investir neste ano em obras, com recursos próprios.

O reajuste do vale-refeição representa outro aumento significativo nas despesas da administração municipal, tendo em vista que cada R$ 1 a mais eleva os gastos da Prefeitura em R$ 5 milhões por ano. Atualmente, a Prefeitura paga, por dia, R$ 17 de vale-refeição, valor que era de R$ 5 em 2008. Portanto, nos últimos cinco anos, o reajuste do vale-refeição foi de 240%. Com o reajuste para R$18, este índice chegaria a 260% de aumento.

Reajustes acima da inflação

Também na nota, a prefeitura informou que concedeu reajustes salariais a todas as suas categorias profissionais, em índices que, na maioria das vezes, superaram os da inflação, sendo que a última parcela do reajuste foi concedida em novembro de 2013. De 2007 a 2013, os servidores tiveram reajuste médio de 65,68%, percentual bem superior ao da inflação acumulada no período, que foi de 47,60%.

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Atualizada às 14h07