Fazer testes de Covid-19 para participar de festas de fim de ano não é recomendado pelas autoridades sanitárias da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Segundo o secretário de saúde do município, Jackson Machado, o resultado negativo do teste não é certeza de a pessoa ficará livre de contaminação. As recomendações foram feitas em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30) na sede da PBH, com o prefeito Alexandre Kallil, para definir os rumos da capital diante do aumento de casos de Covid-19.
“Sabemos que se as pessoas continuarem se aglomerando e fazendo festas. Mesmo em pequenas festas elas podem se contaminar. Lembrando que um exame negativo não é garantia de que a pessoa não está contaminada. 'Eu vou me encontrar com amigos, que teste eu faço?', nenhum teste é capaz de assegurar que a pessoa não está com o vírus. Não é para fazer teste com esse objetivo”, disse Machado.
Leia também: Kalil alerta sobre festas em BH: 'Quer ver seu ente querido? Se comporte'
Segundo o secretário, a medida mais segura mesmo é não ir às confraternizações para evitar grupos maiores de pessoas. “O que é pra fazer é não aglomerar, usar máscara e lavar as mãos”, orientou.
O médico infectologista Unaí Tupinambás, membro Comitê de enfrentamento da Covid-19 em Belo Horizonte orientou o auto-isolamento, caso a pessoa opte por participar das festas de fim de ano.
“Pessoas que querem ir para as festas, grandes baladas, quase todas clandestinas. Se essas pessoas optarem em ir para balada que ela faça um autoisolamento quando voltar do Réveillon. No dia 1º não volte para casa onde há pessoas com vulnerabilidade. Faça um autoisolamento de pelo menos 14 dias, caso contrário pode adoecer um pai, um avô, um ente querido, que pode evoluir para quadro desfavorável e óbito. Orientamos a não fazer festa. Se fizer, faça autoisolamento quando voltar”, destacou o especialista.
Para o médico infectologista Carlos Starling os já conhecidos cuidados para evitar contágio da Covid-19 devem ser seguidos.
“Permanecer em casa, distanciamento social, princípios de higiene que são fundamentais para passar por esse momento e chegar até a vacina. Tivemos um ano difícil, mas, chegamos ao fim com uma perspectiva muito melhor do que em março. Tivemos muitas perdas e não queremos ter mais essas perdas”, disse o médico.
O infectologista Starling enfatizou que não é o momento de desistir das medidas de proteção mesmo em período de festas quando a vacinação se aproxima. “Temos que tentar preservar a saúde e a vida das pessoas na cidade. O pedido é encarecido, de realmente as pessoas se conscientizarem de que não é o momento de aglomerar de maneira nenhuma. Mais do que nunca é um momento de responsabilidade e consciência coletiva. Esse é o ponto crítico. Estamos muito perto de uma solução e não dá para jogar fora essa oportunidade”, aconselhou Starling.