Atentado

Torcedor do Atlético morto em ataque a ônibus é enterrado em Belo Horizonte

Jovem de 20 anos era um dos passageiros do ônibus da linha 6350, que foi emboscado no Bairro das Indústrias após o jogo entre Atlético e Fluminense

Por Ana Luíza Bongiovani
Publicado em 04 de dezembro de 2021 | 17:47
 
 
 
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Foi enterrado na manhã deste sábado, no Barreiro, em Belo Horizonte, o atleticano de 20 anos morto por torcedores do Cruzeiro após um ataque a um ônibus, no último domingo (28). O velório de Matheus Freitas reuniu familiares e amigos. Já o sepultamento, com a presença de apenas 20 pessoas, por causa das restrições da pandemia, foi à tarde, no Cemitério da Paz, na região Noroeste de BH. 

Na saída da cerimônia, o cunhado da vítima, Guilherme Serra, aceitou falar pela primeira vez com a imprensa. Ele disse que a sogra e esposa, mãe e irmã de Matheus, estão muito abaladas, mas pedem por justiça. “Não foi uma briga de torcida. Eu conversei até um cruzeirense que estava no ônibus e teve que se esconder para não ser morto. Aquilo foi um atentado”, afirma.  

Matheus era um dos passageiros do ônibus da linha 6350, do MOVE, que foi emboscado na Rua dos Industriários, no Bairro das Indústrias, depois do jogo entre Atlético e Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. Seis homens, entre 20 e 26 anos foram presos por causa da ação violenta, que deixou mais sete pessoas feridas, além de Matheus. O jovem teve ferimentos graves e chegou a ser levado para o Hospital João XXIII, mas acabou tendo o quadro de morte encefálica confirmado na quinta-feira, dia 02.  

Guilherme Serra alega que o cunhado foi agredido sem qualquer tipo de provocação. “Nem com blusa da torcida ele estava. Apesar de amar muito o Galo, pegaram ele totalmente desprevenido”, ressalta.  

Segundo a Polícia Militar, o coletivo foi depredado e, depois, atacado com coquetéis molotov, que causaram queimaduras nos passageiros. Um carro, que teria sido usado para interceptar o veículo, foi apreendido pela corporação - dentro dele, havia bastões de madeira, bombas de fabricação caseira, um soco inglês e um foguete.  

Ao todo, a própria corporação chegou a afirmar que mais de 30 pessoas estavam envolvidas na ação violenta. A família de Matheus acompanha as investigações. “Eles prenderam os principais e o mandante do atentado, mas tinha mais gente. Nós esperamos que a polícia continue investigando e, principalmente, que os que foram presos continuem detidos”, cobra o cunhado da vítima.  

De acordo com a PM, os envolvidos estão ligados à torcida Máfia Azul. Por conta do episódio, a organizada foi banida pela Fundação Mineira de Futebol – após recomendação do Ministério Público - dos jogos do Cruzeiro, pelos próximos 6 meses.

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