Prevenção

UFMG passa a realizar exame capaz de rastrear câncer de mama em pacientes do HC

Método inovador é fruto de uma parceria entre Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear e o Centro de Tecnologia e Medicina Molecular da UFMG.

Por Camila Kifer
Publicado em 26 de outubro de 2021 | 21:09
 
 
 
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O Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começou nesta terça-feira (26), de forma pioneira no Brasil, a usar em seus pacientes o marcador 18F-FES nos exames PET Scan (PET/CT), que vai facilitar o rastreio do câncer de mama no organismo.

A nova tecnologia possibilita que os pacientes tenham um diagnóstico por imagem com maior precisão. Além de ajudar no estadiamento do câncer de mama  em pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG e auxiliar na escolha do tratamento, a utilização do equipamento com o novo radiofármaco vai contribuir com o objetivo da universidade em avaliar o uso do novo marcador na população brasileira, se somando às pesquisas internacionais.

Para a professora Priscila Santana, coordenadora do curso de Tecnologia em Radiologia da UFMG, o diferencial desse novo método para os exames tradicionais está na agilidade e precisão do diagnóstico.

“Um dos exames que é muito utilizado na oncologia é a tomografia por emissão de pósitrons ou o Pet Scan, que tem uma grande vantagem em relação aos outros exames porque é capaz de analisar o metabolismo do corpo e também sua anatomia. Normalmente, antes de causar alterações anatômicas, o tumor causa alterações metabólicas. Quando você utiliza um exame que avalia a alteração metabólica com precisão anatômica, existe um ganho muito grande no estadiamento do paciente", explica a professora Priscila Santana.  

A professora Priscila explica que, com o diagnóstico adequado, é mais fácil definir o tratamento da paciente. “Com o exame de PET Scan utilizando 18F-FES, que é específico para detecção do câncer de mama,  é possível fazer um estadiamento rápido e pode evitar que a mulher faça exames complementares como por exemplo uma tomografia computadorizada, uma mamografia, um ultrassom. Normalmente, os processos no SUS são demorados e as mulheres precisam esperar por muito tempo. Se a paciente tiver acesso a esse exame, ela poderá ter um diagnóstico ágil podendo, inclusive, determinar a estratégia terapeutica adequada”, esclarece.

O projeto foi idealizado por meio de uma parceria entre Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear , que faz parte da Comissão Nacional de Energia Nuclear, o Centro de Tecnologia em Medicina Molecular da UFMG.  

Por hora, os exames são realizados apenas em pacientes do HC que se encaixam em critérios determinados pela equipe. “Quando a equipe de mastologia do Hospital das Clínicas identificar que a paciente tem indicação clínica para fazer o PET Scan com 18F- FES, vai encaminha-lá para o CTMM e será feito o exame. Serão pacientes do SUS”, detalha.

Caso se comprove que este exame apresenta benefícios superiores aos métodos tradicionais, futuramente o exame poderá ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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