Coronavírus

Vereadores de BH pedem reabertura das igrejas, e prefeitura abre diálogo

Reunião aconteceu nesta quinta-feira na Câmara Municipal

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 23 de abril de 2020 | 12:44
 
 
 
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A Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de Belo Horizonte se reuniu nesta quinta-feira (23) e pediu, entre outras coisas, que a Prefeitura de Belo Horizonte flexibilize o funcionamento das igrejas e dos templos religiosos da cidade. O encontro vai resultar em um documento que deve ser entregue ao prefeito Alexandre Kalil (PSD) nos próximos dias. A secretária municipal de Política Urbana, Maria Caldas, que participou de forma remota da reunião, disse que vai receber a demanda dos parlamentares para fazer uma avaliação. “Vamos aguardar o documento e abrir um diálogo”, disse. 

Essa foi a primeira reunião em que a flexibilização dos templos religiosos foi discutida de forma exclusiva. Nessa quarta-feira (22), quando a pauta era a reabertura dos comércios, alguns vereadores já tinham pedido a retomada do funcionamento das igrejas.  

Os parlamentares presentes defenderam a flexibilização dos templos alegando a importância deles para pessoas que buscam um refúgio ou orientação espiritual. Líder da Frente Cristã e autor do requerimento que deu origem ao encontro, Autair Gomes (PSC) afirmou que as igrejas possuem um papel fundamental “neste momento de pânico, medo, insegurança, porque estamos vivendo um tempo em que as pessoas não sabem o que fazer”. “As pessoas estão perdidas. E onde encontram refúgio? Na orientação espiritual, que vai ajudar o psicológico e emocional das pessoas. Muitas pessoas estão procurando os templos para serem orientados. Assim como as pessoas têm necessidade de ir às farmácias e ao supermercado, têm necessidade da orientação espiritual junto aos líderes religiosos”, defendeu.

Entre as sugestões apresentadas para a reabertura dos templos religiosos estão o espaçamento entre os fiéis, a disponibilização de produtos de assepsia, como o álcool em gel, o estabelecimento de horários específicos e a capacidade reduzida durante os cultos, como as celebrações feitas com apenas 30% de lotação do espaço. 

O vereador Irlan Melo (PL), que é pastor e advogado, falou sobre as legislações que permitem a celebração religiosa e lembrou que nenhum decreto da Prefeitura de Belo Horizonte impediu especificamente as igrejas de abrirem as portas. “Os decretos que foram feitos pelo prefeito de maneira alguma impediram a realização das cerimônias religiosas, mas impediram a aglomeração. O ato de fechamento das igrejas é um ato de consciência, e não um ato de imposição. Quando os decretos falam de alvará, isso não se aplica a igreja, porque ela não tem a necessidade de ter Alvará de Localização e Funcionamento. Agora, quando a gente fala de flexibilizar, estamos falando isso porque é uma questão de instrução para a sociedade, e não de uma imposição”, disse à reportagem. 

A secretária Maria Caldas lembrou que o isolamento social é a única certeza do momento para garantir o atendimento pleno aos pacientes infectados com o novo coronavírus e também falou sobre o fato de as proibições aos templos religiosos não serem explícitas. “Com relação aos templos, eles não estão incluídos no decreto explicitamente, tratamos de uma recomendação às aglomerações. Existem situações explicitamente proibidas, como eventos, e existem as que não estão proibidas e que devem atender parâmetros para sua realização. Que a gente possa compreender como trabalhar com espaçamento, quantidade de pessoas etc. Vamos receber a demanda elaborada por vocês de como seriam possíveis esses parâmetros para que a gente possa fazer essa avaliação”, afirmou.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que não comenta reuniões do Legislativo.

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