O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a cobrar do ministro da Saúde, Nelson Teich, a adoção pela pasta de um protocolo prevendo o uso da cloroquina para pacientes em estágio inicial do novo coronavírus.
Durante a teleconferência com grandes empresários organizada nesta quinta-feira (14) pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, Bolsonaro afirmou que o protocolo atual –que avaliza o uso do medicamento para casos críticos e graves– "pode e vai mudar".
"Agora votaram em mim para eu decidir e essa questão da cloroquina passa por mim. Está tudo bem com o ministro da Saúde [Nelson Teich], sem problema nenhum, acredito no trabalho dele. Mas essa questão da cloroquina vamos resolver", disse o presidente.
"Não pode o protocolo –de 31 de março agora, quando estava o ministro da saúde anterior (Mandetta) – dizendo que só pode usar em caso grave... não pode mudar o protocolo agora? Pode mudar e vai mudar", declarou Bolsonaro.
Juntamente com o impasse sobre o isolamento social, divergências sobre a aplicação da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes da Covid-19 foram um dos principais pontos que levaram à demissão de Mandetta, em 16 de abril.
Teich, no entanto, tem resistido a apoiar integralmente a linha de Bolsonaro sobre o tema: a de que as substâncias deveriam ser prescritas também para doentes com sintomas leves do coronavírus.
"Cloroquina hoje ainda é uma incerteza. Houve estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário", afirmou o ministro, em 29 de abril. "Os dados preliminares da China é que teve mortalidade alta e que o remédio não vai ser divisor de águas em relação à doença."