O secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, pode deixar o Governo de Minas. Nos bastidores, a informação é de que ele se reuniria nesta terça-feira (15 de julho) com o vice-governador Mateus Simões (Novo) para tratar da suposta troca no comando da pasta. O ex-ministro da Educação no governo de Michel Temer (MDB) Rossieli Soares estaria sendo cotado para assumir a cadeira.

A mudança já era esperada desde a saída da secretária Adjunta de Estado de Educação Geniana Faria ano passado, por conta de supostas insatisfações de Simões com a pasta. Segundo interlocutores, o vice-governador não estaria satisfeito com as estratégias e entregas tomadas pelo comando da secretaria.

Por outro lado, a possível alteração no alto escalão do governo surpreendeu pessoas ligadas à gestão de Romeu Zema (Novo), considerando os resultados recentes de Alvarenga à frente da pasta, como no caso do Programa de Escolas Cívico-Militar em Minas Gerais. Uma das justificativas seriam as articulações e acordos por parte de Simões para 2026.

Igor de Alvarenga está desde agosto de 2022 à frente da Secretaria de Educação, quando substituiu Julia Sant’Anna. Antes, ele era subsecretário da pasta.

Além de ter atuado na gestão do ex-presidente Temer, o nome cotado para o cargo, Rossieli Soares, também já foi secretário de Educação dos estados de São Paulo, do Amazonas e do Pará. Ele já foi alvo de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) por omissão no fornecimento de documentos necessários a um processo investigatório do órgão. Além disso, em 2022, em meio a campanha para deputado federal, ele foi acusado por suposto abuso de poder político.

Por meio de nota, a assessoria de Rossieli informou, porém, que ele "não foi condenado por improbidade administrativa. A Justiça Federal do Amazonas rejeitou integralmente a ação proposta pelo Ministério Público, concluindo que não houve dolo, enriquecimento ilícito ou ato ímprobo". A equipe do ex-ministro afirma ainda que "também é inverídica a alegação de uso da máquina pública em sua campanha. Rossieli teve suas contas eleitorais aprovadas pela Justiça, comprovando uma campanha ética e transparente".


Histórico de mudanças no alto escalão


Em 2025, a gestão de Romeu Zema promoveu diferentes trocas no alto escalão do Executivo estadual. Em janeiro, o governo informou que a então secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto (Novo), iria deixar o cargo para assumir a presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Atualmente, Sílvia Caroline Listgarten Dias, que atuava como chefe de gabinete da pasta, comanda a secretaria.

A mudança, entretanto, enfrentou resistências. Deputados estaduais da oposição em Minas Gerais protocolaram um pedido no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) para suspender a nomeação de Luísa na estatal por ela ter sido candidata a vice-prefeita na chapa do deputado Mauro Tramonte (Republicanos) nas eleições municipais de Belo Horizonte em 2024. No mês passado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu a liminar concedida em primeira instância pela 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte e autorizou a ex-secretária a comandar a Codemge.

Já em fevereiro, o deputado estadual Gustavo Valadares (Mobiliza) saiu da Secretaria de Governo de Zema. Quem assumiu o lugar foi o ex-deputado federal Marcelo Aro (PP), que lidera o grupo conhecido como “Família Aro” na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) e era, anteriormente, o secretário chefe da Casa Civil - cargo ocupado agora por Luiz Otávio de Oliveira Gonçalves.

Fernando Passalio deixou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para assumir a presidência da Copasa. A pasta ficou sob o comando de Mila Corrêa da Costa, que foi secretária-adjunta de Governo.