Sem falar em qualquer corte dos pomposos salários dos próprios deputados (R$ de R$ 33.763, fora os auxílios e verbas), em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (7) o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) anunciou que a Câmara irá fazer um corte de R$ 150 milhões nas despesas da Casa, em meio à pandemia do novo coronavírus.
"Vamos cortar despesas com passagens (aéreas), de horas extras e de tudo aquilo que a gente sabe que, nesse momento, não é necessário. Com certeza a Câmara dos Deputados também precisa sempre dar a sua contribuição nesse momento de crise, e não apenas com projetos, mas também com atos em que a gente economize recursos para que os eles possam estar diretamente no enfrentamento à pandemia", disse Maia.
Redução de salários dos trabalhadores
Em resposta aos jornalistas, o presidente da Câmara dos Deputados também falou sobre a decisão liminar do ministro do STF Ricardo Lewandowski, que exige a participação dos sindicatos nos acordos individuais de redução de salários e jornadas de trabalho previstas na Medida Provisória editada pelo governo.
"Cada um tem um ponto de vista. Hoje, os sindicatos vão dizer que é constitucional e que a decisão do ministro Lewandowski está correta. A outra parte vai dizer que isso já está superado, que isso vai atrapalhar os acordos que são feitos. O ideal é que se tivesse, no mínimo, uma coisa intermediária em que você pudesse ter algum tipo de preferência, mas respeitando os acordos individuais para que possa dar celeridade no processo. Talvez seja mais fácil assim", avaliou.
Permanência de Mandetta
Maia também voltou a defender a permanência do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta no cargo, após ele ter ficado na corda bamba e quase ser demitido por Jair Bolsonaro. No entanto, preferiu fazer média e não se indispor com o presidente.
"Eu continuo respeitando e admirando o trabalho do ministro Mandetta, que tem cumprido um papel excepcional na defesa da vida dos brasileiros. O Congresso e o governo têm trabalhado exatamente para que nós possamos garantir os empregos e renda, além da solvência das empresas. O que nós queremos é que o Brasil não passe pelo que a Espanha tá passando, pelo o que os Estados Unidos já estão passando. O ministro mandetta, no dia de hoje, merece de todos nós o respeito e a admiração" disse.