Covid-19

‘Não temos ainda a data da flexibilização’, afirma Kalil sobre pandemia

Kalil disse que “a ciência que aqui prevalece de entrada será usada para saída dessa pandemia e que “isso não é feito de qualquer maneira, isso é feito com responsabilidade

Por Paula Coura e Natália Oliveira
Publicado em 20 de abril de 2020 | 13:34
 
 
 
normal

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, afirmou em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (20), que ainda não há data para flexibilizar as medidas de isolamento adotadas na capital mineira por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 

“Não temos ainda a data de saída dessa pandemia, da flexibilização. Não temos porque a mesma técnica, a mesma ciência que aqui prevalece de entrada será usada para saída dessa pandemia, e isso não é feito de qualquer maneira, isso é feito com responsabilidade, com matemática, com propriedade e estatística e, principalmente, consciência”, disse. 

O prefeito ainda disse que ninguém quer a cidade fechada, nem ele: “Poucos me conhecem e sabem que comigo isso não funciona. Ninguém mais do que o prefeito quer reabrir a cidade”. Kalil ressaltou ainda que quem vai definir a data de abertura da cidade de Belo Horizonte é um grupo de trabalho técnico e científico. 

“Para as cidades que estão se transformando em balneário de férias, em 'Guaraparis' e 'Cabos Frios', eu vou falar independentemente da cidade, eu não vou abrir nada, está certo? Eu não vou ligar para prefeito nenhum para falar ‘você abriu’ ou não, que você pode tudo. Aqui, na cidade, não vai abrir”, diz. 

Podcast Tempo Hábil Entrevista: médico e advogado sanitarista apresenta caminhos para o futuro

 

Prefeito pediu manutenção do isolamento

Kalil reclamou de os moradores da cidade estarem saindo do isolamento social. “Tem câmara frigorífica para jogar corpos na Amazônia, e nós estamos aqui, passeando, fazendo caminhada. Eu aviso, a guerra ainda não começou. Toda vez que eu converso com o povo, com o comércio, fico mais assustado. Mas a história mostra que cidades que trataram a pandemia com rigidez foram as que saíram da pandemia mais rápido e as que se recuperaram com mais rapidez”, afirmou. 

Sobre multas a quem desrespeitar a quarentena ou o uso de máscaras, o prefeito afirmou que não quer um Estado policialesco, mas que, se for necessário, utilizará das forças policiais. “O que eu espero da população da cidade é menos egoísmo, abrir mão de uma corrida, uma caminhada, é o que eu espero da população de Belo Horizonte. A máscara é um equipamento importante, orientado pela OMS, e estamos sofrendo por tanta coisa que nós queremos e estamos obedecendo à disciplina, ao amor ao próximo, ao respeito aos mais velhos, à consideração, à mineiridade, do que nós podemos todos falar sobre isso”, disse.  

Ele disse esperar que a capital mineira saia da pandemia antes das outras cidades. “Belo Horizonte está indo muito bem, e tenho certeza que vamos sair antes de todas as outras capitais, por cooperação da população e ações responsáveis que temos tomado por mais de um mês dessa quarentena. Fiquem tranquilos, nós estamos passando por um momento muito difícil. Hoje, somos a 32ª cidade pior do Brasil. Estamos em um quadro à espera do inimigo, mas estamos preparados à espera do inimigo com uma equipe técnica, científica, que vai sair dessa pandemia (...). Enfim, estão todos aí, fiquem em casa, pelo amor de Deus, eu estou pedindo, que vamos superar isso antes do que todo mundo está pensando”, concluiu. 

O prefeito disse ainda que sente saudades da chuva que atingiu a cidade e matou mais que o coronavírus. “Eu já passei por situações difíceis da minha vida, quando caiu aquela chuva eu achei que nós tínhamos chegado ao ápice. Hoje eu estou com saudade daquela chuva, porque a cidade já está praticamente restaurada, como eu prometi”, concluiu. 

Outros temas 

O prefeito também falou sobre a saída do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e da entrada do novo ministro, Nelson Teich. “Claro que você não troca um general, um comandante, no meio da guerra, principalmente por questões inexplicáveis. Não sei qual foi o impacto, que eu ainda não o escutei (Teich)  falar sobre nada, pelo que sei ele é oncologista respeitado pela linha e tem tomado o que hoje é exatamente a mesma linha do (ex-) ministro Luiz Henrique Mandetta”, declarou. 

Dados em relação à distribuição de cestas básicas e de leitos na cidade também foram divulgados. Kalil disse que foram distribuídas 123.232 cestas para famílias de estudantes e 75.382 cestas para famílias do CadÚnico. Um total de 198.614 cestas foram distribuídas e 3,7 toneladas de alimentos, beneficiando cerca de 1 milhão de pessoas.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!