Katie Miller, porta-voz do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, foi diagnosticada com o novo coronavírus, informaram fontes oficiais nesta sexta-feira (8), enquanto Donald Trump continua a participar de eventos oficiais sem máscara.

As notícias de que Katie Miller ficou doente levantaram temores de que a Casa Branca esteja em risco de se tornar um foco do vírus, num momento em que Trump lidera esforços para reduzir as medidas de confinamento que devastaram a maior economia do mundo. 

Katie Miller, como porta-voz de Pence, tem acesso a reuniões de alto nível. Ela também é esposa de um dos principais conselheiros de Trump, Stephen Miller, arquiteto da política anti-imigração do presidente.

Mais cedo, um funcionário do alto escalão do governo disse que seis pessoas que poderiam ter tido contato com um infectado pela Covid-19 -que viria a ser Katie - e que deveriam viajar com Pence tiveram que deixar o avião antes da decolagem da Base Andrews, perto de Washington. 

"Como medida de precaução, revisamos todos os contatos recentes da pessoa", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado. 

"É por isso que pedimos a alguns de nossos funcionários que deixassem o avião. Ninguém mais apresentou sintomas da doença. Pedimos que eles fossem testados e voltassem para casa como precaução", acrescentou. 

Na quinta-feira, a Casa Branca informou que um membro das Forças Armadas que está em estreito contato com o presidente testou positivo para o novo coronavírus. 

Trump e Pence foram testados e os resultados foram negativos. Ambos são examinados diariamente.

A secretária de imprensa da Presidência, Kayleigh McEnany, disse que não havia risco de um surto na Casa Branca ou uma ameaça a Trump. "Tomamos todas as precauções para proteger o presidente", declarou em entrevista coletiva. 

A última aparição pública de Trump foi na manhã desta sexta-feira (8), em uma cerimônia pelo 75º aniversário da vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. 

O presidente, de 73 anos, que pertence ao grupo de maior risco para a Covid-19, teve um encontro com oito veteranos de guerra com idades entre 96 e 100 anos. Nem ele nem os veteranos usavam máscaras, embora o presidente permanecesse a alguns passos deles. 

Segundo McEnany, os veteranos "escolheram colocar seu país em primeiro lugar. Eles queriam estar com seu comandante-em-chefe neste dia importante. Foi uma decisão deles virem aqui". Usar a máscara é uma questão puramente pessoal, acrescentou.

No início desta semana, Trump esteve numa empresa que produz respiradores no Arizona. O presidente visitou as instalações sem máscara, ao contrário dos funcionários da fábrica que usavam máscaras, seguindo os procedimentos de segurança da empresa.