Estabilização?

Transmissão do novo coronavírus em BH atinge seu menor índice na pandemia

Entretanto, nível de alerta geral ainda está no máximo, devido à ocupação de leitos no sistema público

Por Gabriel Moraes
Publicado em 17 de julho de 2020 | 17:19
 
 
 
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Pela primeira vez desde o início do levantamento, o índice de transmissão do coronavírus por infectado (Rt) em Belo Horizonte atingiu nesta semana o valor de 1,00, o menor até então. No entanto, o nível de alerta na capital se mantém vermelho (máximo), pela sexta semana consecutiva, devido às altas taxas de ocupação dos leitos.

Esse valor citado significa que, atualmente, uma pessoa transmite a doença para o mesmo número de pessoas, ou seja, apenas uma. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, esse ritmo de difusão da contaminação indica estabilização na expansão da doença, mas o patamar elevado do número de novos infectados ainda permanece e tende a manter a alta ocupação de leitos. 

No dia 10 de julho, a capital tinha 10.618 casos confirmados de coronavírus, já nessa quinta-feira (16) eles saltaram para 13.559, um aumento de cerca de 28% em menos de uma semana. Apesar de uma leve redução no número de pessoas internadas, o índice de leitos continua no vermelho - atualmente, a ocupação nos leitos de UTI para Covid-19 é de 85%, já de enfermaria é 74%.

A classificação desses indicadores é feita pelas cores verde, amarela e vermelha. São categorizados em nível verde se houver utilização de até 50% das vagas - caso a ocupação esteja entre 50 e 70%, o nível será amarelo. E, acima de 70%, vermelho.

Com base nesses três indicadores principais, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), juntamente com o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19, analisa os números e define o nível de alerta geral, também categorizado pelas mesmas três cores. O número médio de transmissão por infectado (Rt) estará verde de 0 até 1, amarelo, entre 1 e 1,2, e vermelho, quando estiver acima de 1,2.

Índices

Tanto os índices de transmissão quanto de ocupação de leitos são uma base para a PBH estudar medidas de contenção da doença e também de flexibilização das atividades comerciais. Atualmente, somente serviços essenciais podem funcionar na capital.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, mesmo com a expansão no número de leitos será necessário aguardar um recuo no número de internados para que se possa criar as condições ideais para a flexibilização das atividades econômicas. “O que os dados dos últimos sete dias revelam é que houve uma estabilização, contudo, gerando novos casos no nível mais alto de contaminação desde o início da pandemia. Dessa forma, o mais seguro é continuarmos na fase de controle para avaliação ao longo da próxima semana. Nesse período verificaremos se a estabilização do Rt irá refletir em redução na taxa de ocupação dos leitos hospitalares”, disse.

Já de acordo com o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, esse é o resultado do uso da ciência, do planejamento e do comprometimento dos inúmeros profissionais que se dedicam todos os dias para poupar e salvar vidas da população. “Cientes e responsáveis desses compromissos, continuaremos monitorando os indicadores epidemiológicos e tão logo os números demonstrem segurança, anunciaremos novas reaberturas. Muitos que criticam Belo Horizonte por não ter reaberto tudo como em outros lugares, ignoram a superioridade de vidas salvas na capital até o momento. Reiteramos que nossa prioridade é a vida de cada belo-horizontino e a assistência digna às pessoas acometidas por essa doença”, afirmou.

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