A princípio, o Ateliê do Gesto, grupo de produção cênica sediado em Goiânia, tinha, em sua agenda 2020, o projeto de circular por cinco cidades brasileiras -  uma delas, Belo Horizonte - com sua mais recente montagem, "Dança Boba". Devido à pandemia, claro, não foi possível realizá-lo. A alternativa foi entrar em cena agora, de forma virtual, o que, na verdade, expande seu alcance.  "Desenhamos e propomos um novo formato para o espetáculo e partimos para pesquisar as influências que a câmera poderia trazer. 'Dança Boba', nessa versão, é muito mais que um registro do espetáculo presencial, é um novo produto, devido às interferências e proposições através da lente da câmera", explica  João Paulo Gross, um dos integrantes 

Sobre a proposta cênica, ele diz que são jogos bem amarrados e elaborados, nos quais os intérpretes têm  a liberdade de dialogar dentro das regras do jogo ou até mesmo desafiá-las. "Porém, existe sim, um fio dramatúrgico, que é tecido pelo universo sonoro, os objetos que cada jogo utiliza e o trabalho da iluminação como propositura de um ambiente, uma paisagem cromática".

Gross acrescenta que as danças que vão sendo construídas ganham potência a partir da simplicidade, "da construção poética desvelada e da entrega a que os intérpretes se colocam para compartilhar conosco momentos diversos que transitam desde a memórias, nostalgias, leveza, dramaticidade, ludicidade". Deste modo, prossegue, o movimento se transforma numa profusão de estados latentes nos corpos dos intérpretes. "A dança se faz 'boba', lúdica, sutil e forte numa generosa efemeridade do tempo, na construção real de mundos possíveis pois tudo é teatro, numa construção de metáforas sobre uma possível história que 'talvez' a gente vá contar para o público", conclui.

Daniel Calvet, outro integrante, desenvolveu um formato para a exibição no qual o público verá sempre dois artistas em cena, como na versão original do espetáculo, contudo, aqui, há um terceiro bailarino, que reveza a cena e dança captando as imagens. No palco, na frente da câmera ou por trás dela, estão, além de Gross e Calvet, já citados, Gleysson Moreira, convidado do grupo. O trabalho ainda recebeu a contribuição da equipe do estúdio Ocre, que tem experiência com câmeras e movimentos.

Além dessa sexta, as sessões acontecem nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 de outubro, às 20h. Aos sábados e domingos haverá uma sessão extra às 18h com tradução em Libras. Também acontecem bate-papos com os artistas nas sessões das sextas e domingos. O Ateliê do Gesto ainda vai oferecer três aulas-oficinas, com exibição no YouTube. A oficina “Improvisação e Gestualidade” tem o objetivo de despertar e aguçar o corpo e suas potencialidades criando estratégias para que os participantes possam criar e produzir danças a partir de ferramentas de improvisação.
A exibição da videoaula “improvisação e gestualidade” será no canal do YouTube do Ateliê do Gesto nos dias: 25/10, às 16h; 27/10, às 19h; e 30/10 às 10h

Serviço:
Ateliê do Gesto apresenta versão audiovisual de “Dança boba”

Datas:
22, 24, 29 e 31/10, às 20h – exibição do espetáculo no canal do YouTube do Ateliê do Gesto, seguido de bate-papo na plataforma Zoom
23 e 30/10, às 20h – exibição do espetáculo no YouTube
23, 24, 30 e 31/10, às 18h – exibição do espetáculo no YouTube com acessibilidade: Libras
Exibição da videoaula: improvisação e gestualidade no canal do YouTube do Ateliê do Gesto
25/10, às 16h
27/10, às 19h
30/10 às 10h