Lançamento

Carlos de Brito e Mello lança 'O Caderno do Papai'

A sessão de autógrafos será presencial, e acontece neste sábado, quando a Livraria Quixote volta a receber eventos assim

Por Patrícia Cassese
Publicado em 24 de julho de 2021 | 03:00
 
 
 
normal

“O Caderno do Papai” (Acolá Editora), livro que marca a estreia de Carlos de Brito e Mello na escrita direcionada ao público infantil, traz uma curiosidade: trata-se de um volume que, como numa espécie de trilogia, se soma a dois outros já lançados no mercado, porém, com outra assinatura: a de Graziela Andrade, com quem, aliás, o autor divide a vida. Tudo começou lá atrás, com o lançamento de “Tic-tic, O elástico invisível do coração” e “Mamãe Bel", assinados por Graziela, e que davam o protagonismo à figura materna, em sua lida com as crianças Liz e Tom. Agora, quem entra em cena é o pai, Hugo. "O livro narra justamente a história da descoberta de um caderno pelos dois filhos", diz o autor, que lança o livro neste sábado, entre 11h e 14h, na Livraria Quixote.

"Por meio justamente do caderno, os garotos estabelecem com o pai um laço textual amoroso", conta o escritor, autor de “A cidade, o inquisidor e os ordinários”, romance finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Portugal Telecom de Literatura. Carlos conta que, para dar continuidade à  trajetória da família de Liz, Tom e mamãe Bel, agora adicionada pela figura de  Hugo, foi necessário encontrar "o mesmo timbre que as obras de Graziela faziam soar". "Ao mesmo tempo, quis trazer para a narrativa a figura do texto – sob forma de um caderno – que funcionaria como um representante singular da relação que se estabelece entre pais e filhos. As inscrições que aí têm lugar são marcas do afeto, que se imprime tanto no âmbito da vida quanto no âmbito textual – âmbitos que se interpenetram".

Pai de duas meninas, Isadora e Helena, Carlos conta que, no seu caso, a paternidade foi transformadora desde o momento em que foi percebida como desejo. "Portanto, anos antes de eu me tornar efetivamente pai. Ela reordenou meu lugar no mundo, reestabeleceu prioridades, redefiniu papéis, além de me renomear: pai. Esse é, na minha opinião, um dos nomes do amor, que eu aprendi a recitar ainda como filho do meu pai. A paternidade entreabriu um mundo novo no mundo dado e me ofereceu a possibilidade de experimentar sentimentos em conformações e intensidades que eu até então desconhecia", diz o autor, que agora também passa a responder pelo cargo de editor da Acolá, que, vale dizer, está inclusive recebendo originais.
"Minha primeira experiência profissional foi exatamente como editor – na época, de um periódico. Depois da publicação do meu primeiro livro (até “O caderno do papai”, eu tinha escrito um livro de contos e dois romances, além de participar de várias coletâneas), minha aproximação com a literatura se tornou um destino para a vida. Como editor da Acolá, tenho a chance de retomar aquela atividade que me dava imenso prazer de realizar no início da minha trajetória, mas voltando-me para a literatura, especialmente para a literatura infantil, que tanto marcou a minha infância e que marca a infância das minhas filhas".

Em tempo: além da divulgação deste livro, Carlos conta que está trabalhando em dois projetos literários, sendo um deles um novo livro cujo gênero ainda está por se definir. "Ele ainda se encontra no início e retoma uma coleção de anotações que venho fazendo desde 2014 – ano, aliás, do nascimento da minha primeira filha. Trata-se, em termos gerais, da narrativa de um êxodo e vem ganhando um forte acento poético". Além disso, trabalha na conversão da sua tese de doutorado sobre a obra de Arthur Bispo do Rosário para o formato livro. "Paralelamente a isso, dou seguimento à atividade de criação plástica, sobretudo em pintura e desenho". 

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!