Morreu neste sábado (18) em Belo Horizonte, aos 62 anos, o artista Marcelo Dolabela. Escritor, poeta, músico e roteirista, ele estava doente em decorrência de um AVC sofrido há mais de um ano.
Entre os mais de 30 livros escritos na carreira, tem grande destaque a obra “ABZ do Rock Brasileiro”, considerado a grande referência do rock nacional até os anos 2000. Outras obras de destaque do escritor são “Coração Malasarte” (1980), “Radicais” (1985) e “Amônia” (1997).
Em 2006, ele lançou “Lorem Ipsus”, sua primeira antologia de poemas produzidos ao longo de 30 anos de trajetória.
Estudioso, colecionador e um certo “influencer” para várias gerações da música underground de Belo Horizonte, Marcelo Dolabela fundou, em 1983, o Divergência Socialista, banda da cena alternativa da capital mineira. O grupo, que contou com algumas diferentes formações em suas três décadas de atividade, teve como integrante o guitarrista John Ulhoa – que, anos mais tarde e com a referência em Dolabela, criou o Pato Fu.
“A gente meio que orbitava em torno do Marcelo. É mestre de muitos outros, de outras gerações”, publicou Ulhoa em uma rede social.
Em sua carreira como roteirista, assinou o texto do curta-metragem “Uakti: Oficina Instrumental”, do cineasta Rafael Conde, que faturou os prêmios de melhor filme e melhor montagem no Festival de Gramado de 1987. O artista também é responsável pelos roteiros dos filmes “Arnaldo Batista: Maldito Popular Brasileiro” e “Adeus, América”, ambos de Patrícia Moran.
O corpo de Marcelo Dolabela está sendo velado neste sábado, na Casa do Jornalista, no centro de BH, regado a poesia, música e cerveja – um desejo do próprio Dolabela a amigos e familiares. O artista será enterrado neste domingo, 19, em Lajinha, sua cidade natal, na Zona da Mata mineira.