Rio de Janeiro. À frente de três casas em Belo Horizonte - o premiado restaurante Glouton, o bar Nicolau e a casa de sanduíches Nico - o chef mineiro Léo Paixão estreia, no próximo 10 de outubro, na televisão. Entusiasmado com o projeto, ele revelou, na coletiva de imprensa de apresentação do reality show "Mestre do Sabor", nesta segunda-feira (2), como surgiu o convite para participar. "Estava quieto no meu restaurante quando chegou uma mensagem do Claude Troisgros (chef francês escalado para apresentar a atração) falando que tinha conversado com o Boninho (diretor) sobre um reality de cozinha e que queriam que eu fosse um dos jurados - naquele momento não estava definido o formato, de que eu seria um mentor", conta Paixão, que ficou surpreso com a lembrança do colega de profissão. "Eu respondi 'Eu? Como assim?' Parecia um sonho. Eu adoro fazer TV e estou impressionado com a qualidade e o profissionalismo da turma aqui", completa. 

Ao todo, 250 profissionais estão envolvidos na produção (leia mais sobre o reality show aqui). Os 24 participantes concorrem divididos em três equipes. Além de Léo Paixão, a carioca Kátia Barbosa e o português José Avillez são os técnicos. Os concorrentes vão ter acesso a equipamentos modernos e clássicos, conforme cita Paixão. "Se a pessoa quiser usar nitrogênio líquido, não tem problema", diz.

O mineiro elogia o clima e a equipe, incluindo os colegas Kátia e Avillez - "pessoas incríveis"; o apresentador Claude Troisgros e sua "energia positiva"; Batista, braço-direito de Troisgros, que está sempre "fazendo a gente morrer de rir"; e o diretor Boninho: "Trabalhar com ele é inacreditável, ele é fera", diz Paixão. 

O chef nascido em Belo Horizonte comemora a chance de estar o time. "Estou muito feliz de fazer parte disso", diz, ao citar, ainda, a proposta do programa de valorizar a gastronomia nacional. "Tem muita pressão, mas, no final das contas, acho que a mensagem é muito positiva", observa. "A cozinha brasileira tem muito coisa, há produtos que são até exóticos pra gente, e vai ser muito legal fazer com que as pessoas tenham acesso e até gerar uma demanda nos pequenos produtores que podem aumentar a produtividade. Esse programa vai fazer muito bem para a gastronomia brasileira", acredita.

Rotina
Para as gravações do reality show, Léo Paixão está no Rio de Janeiro há três semanas. Ele não dá detalhes sobre quais fases do programa já foram gravadas. "O ritmo é intenso, mas é muito legal porque o envolvimento emocional que a gente tem com o programa é muito grande. Nossa vida vira isso, penso nisso o tempo todo, a gente só fala disso. Eu e o José estamos num hotel, vamos jantar juntos e ficamos falando do programa" diz. "Quando acabar, vou demorar uns dez dias pra voltar ao normal ao chegar em casa", brinca.

Ele ainda revela que já experimentou alguns pratos dos concorrentes. "Vários me surpreenderam muito, outros me emocionaram, alguns não estavam tão bons, outros incríveis: este é o reality show, não posso contar mais nada", fala. 

Como mentor, sua função será orientar seus oito pupilos. "A gente não cozinha em nenhum momento, queria muito, mas eles não deixam", brinca.

Trajetória
Formado inicialmente em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Léo Paixão abandonou a carreira para estudar gastronomia na França. Antes de abrir o restaurante Glouton, há cerca de sete anos, ele trabalhou em lugares como o La Table, do chef Joël Robuchon. Recentemente, inaugurou um bar no Santa Tereza (o Nicolau) e uma casa de sanduíches (Nico). "Outras duas casas estão engatilhas", antecipa ele. 

* O repórter viajou a convite da Globo