Conexão Cuiabá-Minas Gerais

Nascido no início dos anos 2000, oriundo de Cuiabá (MT), o Vanguart possui uma forte conexão e identificação com Minas Gerais, confessa o vocalista e multi-instrumentista Helio Flanders, fã de carteirinha da música produzida aqui. E um disco em especial tornou-se uma espécie de “bíblia” para o artista e influenciou o grupo, que se apresenta seu indie/folk rock em formato acústico, nesta sexta-feira (14), às 22h, n’A Autêntica, em BH – a abertura fica por conta da dupla Julie & Gent.

“Nunca paro de ouvir o álbum ‘Clube da Esquina’ (1972). Aquele trabalho não pertence só ao ano de 1972, pertence a todos os tempos, é algo atemporal. Adoro ele, a obra do Milton (Nascimento), do Lô (Borges)...”, declara Flanders.

O artista, inclusive, realizou o sonho de contar com arranjos de um dos ícones do Clube da Esquina na faixa “Homem-Deus”, presente no último trabalho do Vanguart, “Beijo Estranho” (2017) – o álbum ganhou uma versão de luxo, com três faixas inéditas, neste ano. “O Wagner Tiso ouviu a canção e adorou. Então, escreveu um arranjo maravilhoso para ela. Digo que é uma faixa mineiro-cuiabana. E foi um motivo de muito orgulho, pois a gente ouviu Wagner Tiso a vida inteira. É uma coisa que a gente leva para sempre”, conta.

Essa conexão com Minas Gerais não fica restrita ao Clube da Esquina e a seus integrantes. “Minha memória é um caracol, tem muita coisa ali. Temos tantas recordações de BH! Já tocamos aí mais de dez vezes. Me lembro da primeira vez que fomos à Obra, lá no começo da banda. Foi do c.... Assim como também há vários momentos importantes em festivais, tocar no Parque Municipal, com a Fernanda Takai... É uma cidade muito musical e o especial para nós”, diz Flanders.

Acústico. Para coroar essa relação, a banda prepara algumas surpresas para a apresentação desta sexta-feira (14). “Passamos por BH com o álbum ‘Beijo Estranho’ já (no ano passado, também n’A Autêntica). Agora, vamos privilegiar todas as fases do grupo, músicas que funcionam muito bem neste formato acústico. Tocaremos, por exemplo, uma música que não executamos há um tempo, que é ‘Para Abrir os Olhos’”, relata ele, referindo-se à canção do trabalho de estreia do grupo, “Vanguart” (2007).

Flanders, aliás, admira essa fórmula musical. “A gente tem uma veia acústica, mas ao vivo tudo fica bem rock’n’roll. Com esse show acústico, acaba se priorizando a canção, de uma forma, digamos, ‘despretensiosa’. Fizemos shows pocket nesse formato, em livrarias, por exemplo. Gostamos tanto, que resolvemos continuar. É um dos tipos de show que mais gosto de fazer”, ressalta.

Serviço. Vanguart, nesta sexta-feira (14), às 22h, n’A Autêntica (r. Alagoas, 1.172, Savassi). R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)

Novo álbum pode nascer em 2019

Quatro anos separam o terceiro disco do Vanguart, “Muito Mais que o Amor” (2013), do quarto e mais recente álbum, “Beijo Estranho”. Um hiato que o grupo não intenta repetir. “Queria que lançássemos um novo álbum no ano que vem. Vamos trabalhar nisso. Eu e Reginaldo (Lincoln, também vocalista e multi-instrumentista) extraímos o melhor um do outro e prometemos fazer algo legal novamente”, destaca.

No meio desses dois discos, os dois principais compositores da banda lançaram álbuns solo. Lincoln soltou “Nosso Lugar” (2014), e Flanders, “Uma Temporada Fora de Mim” (2015). “Acho meu trabalho solo uma experiência mais poética do que musical. Obviamente a música nele também é importante, mas ele é mais denso pela palavra”, comenta Flanders.

Bob Dylan. De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo", o Vanguart promete um disco com releituras de Bob Dylan, uma das influências do grupo.

As músicas “Just Like a Woman”, “Like a Rolling Stone” e “Make You Feel My Love” farão parte do disco, com previsão de lançamento para 2019.

Atualizado no dia 14/12/2018 às 16h04