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Conheça a farmacêutica de Contagem batizada com o nome de Juma

Pai de Juma Fortunato, de 29 anos, é apaixonado com a novela das nove, que foi exibida em 1990

Por RENATO LOMBARDI
Publicado em 29 de abril de 2022 | 07:30
 
 
 
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Quando Pantanal foi exibida pela primeira vez, na TV Manchete, em 1990, a mineira Juma Fortunato Bernardino ainda não era nascida. Entretanto, ela sabe perfeitamente a influência que o folhetim tem em sua vida. E nem é preciso se aprofundar na história dela para entender o motivo “real e oficial”. 

“Recebi esse nome por causa da novela. Meu pai tinha assistido a Pantanal e gostado bastante. Inclusive, ele está vendo essa nova versão agora”, contou a farmacêutica, hoje com 29 anos – ela nasceu dois anos após a exibição da primeira versão do folhetim.

A mineira revela que o pai era apaixonado pela atriz Cristiana Oliveira, que interpretou a personagem na época. “Aí, quando eu nasci, decidiram colocar o meu nome de Juma”, disse a farmacêutica,  que tem um irmão, que, segundo ela, recebeu um nome que não tem nada a ver com a novela – ele se chama José Carlos.

Natureza

Juma, que nasceu em Belo Horizonte e hoje mora em Contagem, na região metropolitana da capital, acredita que o fato de “Pantanal” trazer a questão da natureza fez o pai se interessar pela história. “Ele foi criado pescando com o meu avô. Depois, conheceu minha mãe, e os dois acampavam juntos, além de pescarem juntos. Eles sempre gostaram de natureza, de estar no meio do mato”, contou, acrescentando que o sonho do pai é conhecer o Pantanal. Questionada se também tem vontade de visitar a região, a mineira, que também é apaixonada pela natureza, afirmou: “Nossa senhora, demais da conta!”.

Hoje, Juma revela que não vê muita semelhança entre ela e a xará da novela. “Igual os meus pais, eu acampei, já pesquei, faço trilha e pedalo no mato… esse contato com a natureza, que eu sempre tive, acho que é a única semelhança”, ponderou.

A mineira, porém, relembra que na infância tinha um gênio um pouco indomável, assim como a personagem de “Pantanal”. “Eu era muito brava quando criança, e aí eu escutava em casa ‘nossa, vai virar onça’. Sempre teve essa brincadeira”, disse ela, citando o fato de a Juma da novela se transformar no felino quando fica com raiva. “Hoje eu sou bem de boa, tranquila mesmo”, garantiu.

De olho na TV

O remake de “Pantanal”, que estreou em março na Globo, tem sido uma oportunidade para Juma Fortunato Bernardino conhecer melhor a história da personagem da qual “herdou” o nome. “Quando a novela foi reprisada (pelo SBT, em 2008), eu estava, eu estava no ensino médio, só que eu não pude acompanhar. Agora que eu estou assistindo sempre que posso”, disse ela, que garantiu que está gostando da história. Na nova versão, Juma é interpretada pela atriz Alanis Guillen.

Paixão

A influência das novelas nas escolhas dos nomes dos filhos é uma forte constatação da importância desse tipo de produção no Brasil – uma paixão nacional que completou 70 anos em 2021. 

“A novela é um sucesso nacional e, mais do que isso, é formador da cultura brasileira”, afirmou a jornalista Patrícia Kogut, autora do livro “101 Atrações de TV que Sintonizaram o Brasil”, ao Super Notícia, na época das comemorações. 

“As novelas têm muita força porque elas contribuíram para a identidade; elas lançam e refletem comportamento, moda, música…”, ressaltou a crítica de TV e colunista do jornal “O Globo”.

Uma pesquisa no portal Nomes do Brasil, com base em informações do Censo 2010 do IBGE, é possível constatar isso. Segundo o levantamento, antes da exibição da primeira versão de “Pantanal”, em 1990, Juma era o nome de menos de 50 pessoas no Brasil. Naquela década, após a estreia da trama, 368 pessoas foram registradas como Juma.

Outro exemplo é o nome Jade, personagem que Giovanna Antonelli interpretou em “O Clone” (2001), atualmente em reprise na Globo. O lançamento da novela fez o nome ter o boom, e o país registrou, nos anos 2000, 5.983 registros de crianças como Jade. Na década de 1980, por exemplo, foram 528.


 

Nomes

A funcionária pública Sílvia de Souza Carmona, de 54 anos, é uma apaixonada por novelas. E foi de duas tramas da Globo que ela tirou o nome que deu para a primeira filha: Bruna Raphaela, hoje com 31 anos. “Em ‘Pão-Pão, Beijo-Beijo’ (1983), tinha uma personagem chamada Bruna, interpretada pela atriz Elizabeth Savalla. Era uma mulher ambiciosa mais do que tudo, bonita, usava uns figurinos muito bonitos”, contou Silvia.

“Naquela época, eu não me recordo de ter outras Brunas na TV, era a primeira, e eu achava muito elegante esse nome. Depois que eu me casei, tive a minha primeira filha e falei: ‘Eu quero este nome: Bruna’”, afirmou ela ao Super Notícia. O “Raphaela” também veio de uma novela. “Em ‘Brega & Chique’ (1987), a personagem interpretada por Marília Pêra (1943-2015) tinha esse nome e despertava a minha atenção. Aí eu fiz a junção dos dois nomes”, explicou Silvia.

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