Gastronomia

Festival promove trocas de saberes gastronômicos em Tiradentes

Em outubro, projeto que organiza o evento chega a BH com edição de feira

Por Aline Gonçalves*
Publicado em 27 de agosto de 2017 | 13:07
 
 
 
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Bolinho de mandioca com muçarela, panturrilha de porco e muita coxinha de camarão com emulsão de queijo canastra. O último fim de semana do Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes, na cidade histórica do Campo das Vertentes, foi marcado por sabores e quitutes, mas também por troca de informação.

Nesta edição comemorativa pelos 20 anos do evento, praticamente toda a programação envolveu chefs de Minas e o público recebeu bem a ideia. "A importância do festival vem no sentido de se falar da cozinha em um espaço de troca, de profissionalismo. Quem vem a Tiradentes está interessado. Então, podem falar da história e nos conectarmos, porque a comida conecta", diz a chef Manuelle Ferraz, do restaurante Quem Quer Pão 75, de São Paulo. Ela é nascida em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, e trouxe para a cidade ingredientes regionais, durante uma aula na Pousada Escola Senac.

Dona de um bufê em Niterói, no Rio de Janeiro, Margareth Rocha foi à Tiradentes pela segunda vez com o intuito de aprender mais sobre a área. "Poder encontrar pessoas de diferentes partes do Brasil em um mesmo lugar, falando sobre cozinha, é maravilhoso", comenta.

De acordo com a organização do evento, cerca de 50 mil pessoas passaram pela cidade durante os dez dias do festival. "A edição foi bastante positiva porque ajudamos a plantar uma semente de valorizar o que é nosso, de Minas. Contribuímos para que as pessoas descobrissem coisas que, às vezes, estão na nossa porta, mas ninguém dá importância", comenta o organizador Rodrigo Ferraz. Segundo ele, a ideia é espalhar o festival para diferentes partes da cidade. Neste ano, por exemplo, boa parte das ações esteve concentrada em três praças, uma a mais que nos anos anteriores.

Ao todo, foram mais de 180 atrações gastronômicas e 55 culturais, todas gratuitas, como o show da cantora Fernanda Takai, no último sábado (26), um dos mais disputados. No mesmo dia, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e a organização do festival homenagearam pessoas que fizeram parte dessas duas décadas de história do evento, como o fundador Ralph Justino.

Coxinha. Dentre os muitos petiscos e pratos comercializados nos diferentes pontos de Tiradentes, incluindo as praças, mas também restaurantes e bares, um se destacou: a coxinha de camarão com emulsão de queijo canastra e molho de urucum, levada à cidade pelo restaurante Osso, de Belo Horizonte. Ao todo, foram comercializados cerca de 8 mil quitutes do tipo em dois fins de semana do projeto. "Criei esse petisco para o restaurante, há mais ou menos nove meses. O diferencial é a massa, bem fininha, e o mineiro ama camarão", comenta o chef do restaurante, Djalma Victor.

O festival gastronômico de Tiradentes faz parte do projeto Fartura: Comidas do Brasil, que realiza expedições em busca de ingredientes, pessoas e saberes relacionados à cozinha do Brasil. Também são produzidos festivais com aulas, chefs e estandes de comidas em diferentes cidades do país. Neste ano, o evento chegará a Portugal, em setembro. Em outubro, Belo Horizonte vai receber mais uma edição da feira gastronômica - as datas ainda não foram confirmadas.

*a repórter viajou a convite da produção do Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes

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