Música

Gustavo Mioto comemora uma década de carreira com dez lançamentos

Ano de celebrações do sertanejo inclui também disco acústico e materiais inéditos até dezembro

Por Bruno Mateus
Publicado em 01 de março de 2022 | 04:03
 
 
 
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Em dezembro do ano passado, Gustavo Mioto encarou uma plateia lotada pela primeira vez depois de um ano e dez meses sem se apresentar ao vivo. Em Jaguariúna, no interior de São Paulo, ele cantou para 40 mil pessoas hits como “Anti-Amor”, “Contramão”, "Solteiro Não Trai” e “Impressionando os Anjos”, alguns dos sucessos que colocaram o cantor e compositor no primeiro time da música sertaneja. “Foi terapêutico, difícil até de explicar. Na vida pessoal sou um cara introspectivo, mas no palco eu desabafo, coloco a energia para fora, troco com o público, me divirto. Ali estou realmente no meu lugar e ficar sem isso foi muito duro”, diz Mioto sobre a sensação de pisar no palco depois de tanto tempo. 

Além de marcar o retorno à estrada, o show foi especial por outro motivo. Ali, na noite paulista, o cantor passou a limpo uma carreira de dez anos. Para celebrar a data, a apresentação foi lançada recentemente no YouTube e no Spotify. “Gustavo Mioto - Sem Cortes Ao Vivo em Jaguariúna” é a primeira novidade do projeto Ano X, que celebra a década do cantor na música. “Foi um momento que a gente quis passar a limpo esses dez anos depois de dois anos parados. Queria relembrar com a galera naquela atmosfera”, ele comenta. 

 

Além de “Gustavo Mioto - Sem Cortes Ao Vivo em Jaguariúna”, os dez projetos que serão lançados ao longo do ano envolvem ainda dois shows ao vivo “Sem Cortes”, três edições do “Pé Na Areia”, três festivais “Solteiro Não Trai” e um disco acústico em dezembro. Faixas inéditas aparecerão nessa programação, o que tem obrigado o cantor a manter uma produção frenética de composição. 

 

“Antes não era assim, sou muito ruim de ritmo, componho mais perto de projetos, mas agora tenho escrito praticamente toda semana”, conta. Isso, sim, o pressiona: “Não sou um atleta que quanto mais treinar e ser focado, melhor ficará. Com a composição não é assim, claro que isso pode acontecer com a facilidade de usar as palavras, mas é difícil explicar. Na hora de falar de emoção, a música vem na hora que ela quer, ela quem manda”. 

10 anos. Celebrar uma década de carreira aos 24 anos - completa 25 em 12 de março - é muito representativo para qualquer artista. No caso de Mioto, é a constatação de que o que ele sonhou lá atrás se tornou algo real. A estreia veio com “Fora de Moda”, disco de 2012; em 2014, gravou o primeiro DVD, “Ciclos”, lançado em junho do ano seguinte. A partir daí, ele armou voo. Tudo começou a acontecer, mesmo, há seis anos, quando a música tomou conta de sua vida de tal maneira que ele teve de largar a faculdade de engenharia de computação - passava nas notas, mas bombava nas faltas. 

 

De lá pra cá, tocou nos mesmos palcos e fez duetos com artistas que eram referência para ele. Jorge & Mateus, Luan Santana, Bruno & Marrone, Cristiano Araújo, Anitta, Gusttavo Lima e Maiara & Maraisa, para citar alguns. “É uma loucura. Sou muito honrado por viver isso, 0,0001% das pessoas conseguem. Em tão  pouco tempo já aconteceu muita coisa na minha vida”, diz o sertanejo. 

 

O alcance da música de Gustavo Mioto nas plataformas digitais impressiona. Os vídeos no canal do sertanejo no YouTube somam 2,7 bilhões de visualizações; no Spotify, são quase quatro milhões de ouvintes mensais. O cantor diz que não pensa na frieza dos números, até para não se sentir pressionado. “Morro de medo disso. Tento manter a música sempre na emoção”, ressalta. Mioto, por influência do pai, o produtor Marcos Mioto, começou a tocar violão ainda na infância em Votuporanga (SP), sua cidade natal. 

 

Depois, ao ver o norte-americano John Mayer, ele quis tocar guitarra . E por falar em influências, elas são diversas. O sertanejo cita AC/DC, Bon Jovi, Rolling Stones, Zezé di Camargo, Bruno & Marrone, Ed Sheeran, Pena Branca & Xavantinho e Edson & Hudson na mesma frase sem nenhum incômodo. Diz que sempre escutou sertanejo, rock, country e tenta, de alguma maneira, levar isso para sua música. “Temos que conhecer a história, trazer sons diferentes, pegar muita coisa que ainda é atual hoje. Se não fizer isso, você está sendo burro”, afirma. 

 

Hoje, os sertanejos gravam com artistas do axé, do funk, do pagode, do forró e do piseiro; falam da vida no campo e na metrópole. Há 30 anos, o sertanejo é um ritmo que se renova. Para Gustavo Mioto, é devido a essa mistura e à incorporação de novos elementos que o estilo chegou ao topo das listas de músicas e artistas mais ouvidos no país: “É o principal gênero do Brasil e o mais democrático”.

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