Inclusão

A força dos 'marginais' da literatura mundial

Quarta edição da Bienal de Brasília reúne autores de gêneros diversos da cultura

Por André di Bernardi
Publicado em 18 de agosto de 2018 | 03:00
 
 
 
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Brasília recebe, de 18 a 26 de agosto, a quarta edição da Bienal Brasil do Livro e da Leitura. O evento, que acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e traz como tema “Os outros somos nós: um mergulho na experiência alheia através da literatura”, promoverá mesas de debates, lançamentos de livros, encontros com escritores e apresentações artísticas. O festival trará pela primeira vez ao Brasil autores como o premiado nigeriano Chigozie Obioma, além da britânica Alice Oseman e do colombiano Juan Gabriel Vásquez.

O time brasileiro conta com a carioca Ana Paula Maia, a gaúcha Clara Averbuck, o paulista Lourenço Mutarelli, além do mineiro de Cataguases Luiz Ruffato, dentre outros. A curadoria é dos escritores Sergio Leo, José Rezende Jr. e Lídia Luther, com a direção geral de Suzzy Souza. A educadora brasiliense Gina Vieira Ponte será a grande homenageada.

O curador Sergio Leo enfatiza a importância da quebra de paradigmas. “A Bienal vai discutir a demanda de uma parcela enorme da população que fica à margem de qualquer processo de inclusão no cenário literário: negros, mulheres, trans etc”, explica.

Para o escritor Lourenço Mutarelli, esses encontros despertam o público para a literatura. “Chego sempre sem expectativa, mas me surpreendo”, diz ele. O evento contou com um investimento de R$ 2,5 milhões e foi viabilizado com recursos da Lei Rouanet e da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal.

 

Outros e melhores modos de olhar para o mundo

Para a gaúcha Clara Averbuck, o interessante nesses eventos é a mudança de olhar. “Na Flip de Paraty, por exemplo, um dos livros mais vendidos foi o de Djamila Ribeiro, pesquisadora na área de filosofia política e feminista. O perfil dos escritores que participam das feiras é de homens brancos de meia-idade. Existem muitas vozes que deveriam ser ouvidas. Pessoas de todas os gêneros, cores, classes; negros, mulheres, trans que estão escrevendo, que merecem ser ouvidos. Essa turma tem algo a dizer. E essa Bienal de Brasília vai ao encontro desse tipo de luta, de inclusão, de luta contra essa cultura elitista”, comemora a escritora.

 

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