Artes cênicas

A ousadia de recomeçar

Redação O Tempo

Por Soraya belusi
Publicado em 09 de fevereiro de 2009 | 17:49
 
 
 
normal

Iniciar uma trajetória, montar um grupo de teatro, criar espetáculos e se transformar num sucesso nacional são etapas que o ator Paulo Azevedo já percorreu em parceria com Grace Passô, Marcelo Castro, Gustavo Bones e Samira Ávila, os fundadores do grupo Espanca!. Mas, o que para muitos poderia soar como a conquista de um objetivo, para Paulo Azevedo funcionou como incentivo para tomar a ousada decisão de recomeçar. Agora morando em São Paulo, o ator se dedica a novas parcerias, como as que vão gerar espetáculos com artistas de coletivos como o Grupo XIX de Teatro e Cia Brasileira (leia mais no quadro). Afastado do Espanca!, grupo com o qual continua cumprindo a agenda de apresentações de "Por Elise" e "Amores Surdos", o ator se dedica a novos projetos na capital paulista e comemora o fato de seu primeiro espetáculo sem a chancela da sua antiga trupe, "Histórias de Chocar - Ensaios de Amor", em parceria com Rita Clemente, ter sido selecionado para a mostra principal do Festival de Teatro de Curitiba, que acontece em março.

"O espetáculo surgiu de objetivos muito particulares tanto da Rita quanto meus. No meu caso, um desejo de conceber alguma obra a partir de um ponto de vista que fosse em diálogo com outro criador. Isso já tinha antecedentes na minha vontade de entender a dramaturgia, de pensar como um diretor, de dialogar com o cenógrafo e bancar essa conjugação toda de elementos que formam o teatro", justifica o ator, falando sobre a montagem, em cartaz em São Paulo. "Cheguei num ponto de não brincar com os meus desejos, de fazer escolhas mais radicais, que vieram todas de uma só vez. E ‘Histórias de Chocar’ é fruto disso." Paulo é antigo conhecido do Festival de Curitiba. Esteve lá com os dois espetáculos do Espanca! e, agora, vive a expectativa de mostrar mais um trabalho no evento de maior visibilidade do teatro nacional. "Curitiba é um mistério", brinca o ator, referindo-se à escolha de sua nova peça para a mostra principal.

"Acho que o fato de eu ter participado duas vezes e a Rita (Clemente) também já ter mostrado dois espetáculos dela no Fringe fez com que ficassem tentados em fazer um mapeamento do que estávamos realizando e encontraram esse trabalho", opina. Paulo gostaria que "Histórias de Chocar" fosse visto como um verdadeiro recomeço. "Vai ser tão bom se as pessoas não partirem de um pressuposto qualquer sobre nós. Gostaria que vissem o espetáculo sem comparar com nada mais. Não para ficarmos livres de julgamento, mas para que as pessoas vejam o trabalho da forma mais espontânea e despretensiosa, que é como ele é. Ele me fez assumir uma capacidade de realização. O que houver de bom e de ruim assino embaixo."

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!