Música

Carlinhos Brown tem 40 anos ‘a serviço do axé-music’

Músico se diz grato por trajetória, fala do “The Voice e adianta que o grupo Tribalistas vai sair em turnê

Por Laura Maria
Publicado em 14 de dezembro de 2017 | 03:00
 
 
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Passados 15 anos desde o sucesso dos Tribalistas, Carlinhos Brown voltou à baila com seus parceiros musicais com o lançamento do disco homônimo em agosto deste ano. Apesar de passar longe dos louros atribuídos ao primeiro trabalho do trio, Brown garante que a turnê de lançamento do disco é uma demanda do público. “Nós não temos data ainda (para início dos shows), mas a produção está se movimentando em torno disso. Recebemos pedidos gigantes. Não podemos desobedecer a esse chamado. Na época (em que a turnê acontecer), será feita uma boa comunicação da turnê”, garante o músico baiano.

Enquanto a turnê não vem, Brown se dedica a outros trabalhos, como com a gravação do programa “The Voice Brasil”, da Globo. Ocupando uma das quatro cadeiras dos jurados, juntamente com Ivete Sangalo, Lulu Santos e Michel Teló, Brown analisa que esta é a melhor temporada do reality show musical, que neste ano chegou à sua sexta edição.

“A gente sempre fala que o último pedaço de bolo é sempre o melhor. Acho que nós estamos mais maduros e conseguimos trazer grandes vozes para a final, com recordes atrás de recordes”, avalia o artista, que também sentará em uma das cadeiras do “The Voice Kids”, programa com temporada prevista para o dia 7 de janeiro do ano que vem.

Militante, Brown descarta que tenha existido racismo na eliminação, feita por meio de voto popular, de artistas negros desta edição do “The Voice”, JotaPê e Isabel Antonio, mesmo que ambos tenham sido bem avaliados pelos jurados. “Com meu estudo e minha escola, não posso dizer que foi uma reação de racismo. A TV espelha o povo brasileiro, e o povo precisa pensar”, avalia o músico.

Apesar não atuar mais na Timbalada, o artista continua sendo o mentor da banda. Neste ano, Brown reformulou a formação da banda chamando os vocalistas Buja Ferreira, Paula Sanffer e Rafa Chagas. Os músicos entram no lugar de Denny e Millane Hora. “A Timbalada é o ‘Fama’ e o ‘The Voice’ do passado. Sempre foi um lugar de percussão e de trocas de cantores”, pontua o artista, que ainda acrescentou “Século XXI” ao nome da banda. Além da Timbalada, Carlinhos Brown acompanhou o lançamento da banda Electrotimba.

Nova safra. No início de dezembro deste ano, Brown tocou com as artistas Anavitória no Festival Combina MPB, realizado em Salvador. Ele avalia que a nova safra de artistas que cantam MPB é “maravilhosa”.

“O Brasil precisa de gente que preserve essa linguagem. Artistas como Tiago Iorc e Mallu Magalhães cantam muito naturalmente. Tem muita gente fazendo um trabalho com autenticidade na música brasileira”, pontua o artista, que computa 40 anos de carreira.

Brown tem mais de 600 composições e já foi interpretado por nomes como Maria Bethânia, Gal Costa, Rita Lee e Ney Matogrosso. Ele também já se apresentou ao lado de outros consagrados da MPB como João Gilberto, Caetano Veloso e João Bosco. Ao lançar um olhar sobre seu passado, Brown o resume em “gratidão”.

“Me botaram em um andaime para limpar o prédio mais alto, e eu ganhava um salário de menor aprendiz. Então, eu pensei: ‘eu vou é para o samba’, e nunca mais voltei ali”, relembra.

“Eu trabalhei muito e hoje me considero um servidor do axé-music”, diz Carlinhos Brown, que é idealizador da Pracatum, uma organização fundada em 1994 que realiza programas educacionais e culturais em Salvador.

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