Estrutura

CCBB-BH prepara ampliação de sua área e outros espaços têm projetos parados

Decorridos sete anos da abertura, o CCBB-BH se tornou um dos principais equipamentos culturais da cidade

Por João Renato Faria
Publicado em 26 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
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Assim que a unidade belo-horizontina do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH) foi inaugurada em 2013, na praça da Liberdade, veio o aviso: haveria uma expansão no futuro. Afinal, alguns andares do prédio ainda não eram abertos ao público, que só podia acessar até o terceiro pavimento – onde, aliás, acontecem as principais exposições que passam por lá.

Decorridos sete anos da abertura, o CCBB-BH se tornou um dos principais equipamentos culturais da cidade. Com isso, a tão sonhada ampliação finalmente começa a sair do papel. Um dos motivos que levaram a direção da unidade a planejar o movimento é o recorde de público que o espaço teve no ano passado, com 1,5 milhão de visitantes, em comparação com os 900 mil de 2018. “Nós nos consolidamos como um espaço de grandes exposições, teatro e lazer. Percebemos que existia a necessidade dessa expansão, para atendermos melhor todo esse público”, explica Leonardo Camargo, gerente geral do CCBB.

Segundo ele, o projeto para a ocupação do quarto e do quinto andar está em fase final de elaboração pela equipe do centro cultural. “O que está previsto é uma ampliação da nossa área expositiva, que hoje ocupa principalmente o terceiro andar”, conta Camargo. “Também vamos ter duas salas de cinema, que serão dedicadas a mostras, e salas especiais para ensaios de companhias de teatro, dança e balé”, completa.

Com a ampliação, parte do segundo andar, que abriga setores administrativos, também deverá ser aberta ao público, e os funcionários deverão ser realocados dentro do edifício.

Camargo detalha ainda que, apesar da expectativa do público para que a expansão ocorresse logo, não havia um cronograma preciso. “A abertura foi complexa. Fizemos uma reforma extensa para recuperar e adequar o prédio, foi um trabalho minucioso. Agora que identificamos as necessidades do público é que pudemos pensar nessa ampliação”, conta.

Ele também descarta antecipar uma data para a inauguração dos novos andares, já que o processo é burocrático. “Estamos finalizando o projeto, que ainda vai ser licitado. Podemos ter o início das obras em 2022”, explica.

Contraste

Enquanto o CCBB projeta a ampliação da área à qual o publico tem acesso, outros espaços da capital mineira que chegaram a anunciar projetos de expansão estão com seus planos no estaleiro. A poucos metros do CCBB, também no Circuito Liberdade, o Solar Narbona e o Palacete Dantas estão fechados desde a transferência das secretarias de Estado para a Cidade Administrativa.

Com previsão inicial para receber uma escola do Instituto Inhotim, eles ainda chegaram a ser cogitados como sede do Oi Futuro – retirado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) do espaço que ocupava na avenida Afonso Pena –, mas nunca foram efetivamente ocupados.

Por meio de nota, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) afirmou que “vem se esforçando para viabilizar a ocupação dos edifícios Solar Narbona e Palacete Dantas, que considere o uso cultural, de forma a viabilizar parcerias que contemplem também as obras e a manutenção do futuro equipamento”.

Responsável pela gestão do Teatro Clara Nunes desde 2014, o Sesc Palladium nunca tirou do papel a reforma do espaço, que fica no prédio da Imprensa Oficial de Minas Gerais e está fechado desde 2009. Questionada, a instituição não respondeu sobre a situação do teatro e se limitou a dizer, por meio de nota, que “vem realizando uma série de estudos e que tem feito readequações em seu portfólio de atividades e serviços no Estado”.

Outro projeto que está estacionado é uma ampliação do Cine Belas Artes, que pretendia ocupar uma casa que fica ao lado do seu atual imóvel. A previsão de Adhemar Oliveira, exibidor responsável pelo cinema desde 2014, era que seriam inauguradas mais duas salas na ampliação e que as três já existentes passariam por uma reforma.

“Estamos aguardando o os sinais positivos. Temos todos os estudos. Mas fomos pegos no contrapé da economia, que não dá sinais há cinco anos”, explica. Ele também lamenta a paralisia dos mecanismos de incentivo para a ampliação de salas. “É preciso que existam linhas de crédito com juros menores. Se for buscar no mercado o dinheiro para abrir um cinema, a conta não fecha”, completa. Apesar disso, ele mantém o otimismo: “Ainda acreditamos nessa ampliação, é só a coisa melhorar”.

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