Emicida

Cercado de bons amigos 

Caetano, Vanessa da Mata e jovens rappers participam do novo disco

Por Daniel Barbosa
Publicado em 17 de agosto de 2015 | 03:00
 
 
 
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“Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, o novo álbum de Emicida, tem inquestionável potencial para tocar nas rádios, a despeito de sua temática por vezes indigesta para estômagos sensíveis. Esse potencial é reforçado, dentre outras razões, pela presença de medalhões da MPB: Caetano Veloso comparece com discrição na romântica “Baiana” e Vanessa da Mata contribui na lírica “Passarinhos”, que tem levada reggae. O convite feito a eles, contudo, não passa por uma necessidade de chancela, mas pela relação afetiva que mantém com os dois.

“Caetano e Vanessa são, antes de mais nada, bons amigos, e me tornei muito mais próximo deles nos últimos anos”, diz o rapper, acrescentando que essa troca de experiências com criadores que não pertencem necessariamente ao seu universo musical, o hip hop, é sempre enriquecedora. “Com o Caetano, é uma relação que vem se estreitando e que acho muito rica. Já nos apresentamos várias vezes um no show do outro, mas essa é primeira vez que a gente entra em estúdio para gravar. Essa aproximação com ele tem me inspirado muito, porque é um cara que pensa e faz música com muita liberdade. A Vanessa também é uma grande amiga, a gente já vinha pesando em fazer coisas juntos há muito tempo, e agora pintou a oportunidade. A voz dela abrilhanta de maneira fantástica a música. As histórias que essas músicas contam pediam que Caetano e Vanessa fossem convidados, e eles abrilhantam muito a parada”, diz.

Mas em seu novo disco, Emicida também está entre os seus. Na épica faixa “Mandume”, ele reúne uma turma de rappers da nova geração – a saber: Drik Barbosa, Rico Dalasam, Amiri, Raphão Alaafin e Muzzike. “Tive muito cuidado na hora de selecionar, quis pegar uma rapaziada nova, que faz a coisa com responsabilidade e compromisso, e esses caras têm esse comprometimento, esse amor, esse apreço pela caneta deles. Mergulham na coisa de uma forma muito intensa. Falei sobre o tema, expliquei que Mandume foi um rei angolano que representava a resistência. Eles foram para casa, votaram com esses versos e começamos a gravar”, diz, sem deixar de citar, entre o que vê de mais interessante no atual cenário hip hop, a Família de Rua e o Duelo de MCs, de Belo Horizonte.

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