Audiovisual

Cine Humberto Mauro recebe 1ª Mostra de Cinema Argentino: “De Mujeres”

Evento, que começa nesta quarta-feira, reúne seis filmes de cineastas argentinas e promove debate e palestra sobre mulheres no cinema

Por Etienne Jacintho
Publicado em 12 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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Argentinos que vivem em Belo Horizonte estão pensando em formas de conectar a cultura de seu país à cultura mineira por meio de festivais e mostras. Para estreitar essa relação na área do audiovisual e ainda homenagear as mulheres neste mês de março, a argentina Marina Lomazzi, produtora cultural, e sua conterrânea Luisina Lopez Ferrari, produtora audiovisual – ambas moradoras de Belo Horizonte –, reuniram-se com representantes do centro cultural e do consulado argentinos para organizar a 1ª Mostra de Cinema Argentino: “De Mujeres”. 

A mostra, que será realizada de quarta a sexta-feira, reúne seis longas de cineastas argentinas, além de propor debate, palestra e até mesmo degustação de miniempanadas e vinhos. “Tudo feito com esforço e carinho para fortalecer esse contato entre os nossos países”, diz Marina. “Queremos que as pessoas levem um pouquinho da Argentina para casa”, acrescenta.

A iniciativa das argentinas encontrou abrigo no Cine Humberto Mauro. “Estamos muito felizes de colocar o ‘De Mujeres’ neste cinema de tanto prestígio entre os belo-horizontinos”, festeja Marina. Para o gerente do espaço, Bruno Hilário, fazer um festival com filmes argentinos realizados por mulheres é importante. “É um intercâmbio cultural interessante para a cidade”, diz ele. 
A ideia dessa primeira mostra, organizada com pouca verba, é abrir portas para facilitar o trânsito audiovisual entre Brasil e Argentina e também expandir a atuação das atividades do Centro Cultural Argentino, aberto no ano passado em Belo Horizonte. 

O evento terá a participação da cineasta Inês Maria Barrionuevo, homenageada da mostra. Segundo Marina, outras diretoras também manifestaram interesse em vir para Belo Horizonte, e as produtoras já pensam em novos eventos para trazer à cidade. 

No cinema.

A mostra começa nesta quarta-feira, às 17h, com uma palestra com a doutora em sociologia da imagem Isabelle Anchieta sobre a mulher no cinema. Na sequência, haverá a exibição do documentário “As Cinéfilas” (2017), da diretora María Álvarez, sobre idosas da Argentina, da Espanha e do Uruguai, que têm no cinema uma maneira de fugir da solidão. Logo depois, haverá o coquetel.

Na quinta-feira, um filme de época abre a mostra, às 15h. “Camila: O Símbolo de uma Mulher Apaixonada” (1984), de Maria Luisa Bemberg, traz a história de Camila, a filha de um diplomata que, no século XIX, se apaixona por um padre jesuíta, para desespero da família e fúria da igreja. 
Às 17h será exibido o longa de Ana Katz, “Minha Amiga do Parque” (2015), um olhar nada convencional sobre a mulher e a maternidade. Depois, às 19h, entra em cartaz “Julia e a Raposa” (2018), da homenageada Inês Maria Barrionuevo. No filme, uma ex-atriz vive o luto pela morte do marido e descobre, ao lado da filha e de um amigo antigo, um novo formato de família. A exibição será seguida de debate com a cineasta e com a professora Roberta Veiga, da UFMG. 

Na sexta-feira, às 17h, será exibido “Atlântida” (2014), também de Inês Maria Barrionuevo, que acompanha as aventuras das irmãs Lucia e Helena em um dia de verão. Encerrando a mostra, às 19h, haverá sessão de “Sueño Florianópolis” (2017), de Ana Katz, uma coprodução entre Brasil, Argentina e França, com os brasileiros Marco Ricca e Andréa Beltrão no elenco. No filme, o casal Pedro e Lucrécia se separa após mais de 20 anos de união, e eles decidem fazer uma viagem de carro ao litoral brasileiro junto com os dois filhos. Na viagem, em carro sem ar-condicionado, conhecem Marco e Larissa e reavaliam suas vidas e seus sonhos. 

Todas as sessões têm entrada gratuita, e os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, com uma hora de antecedência. 

Programação completa e sinopses dos filmes:

Quarta-feira (13/03)

17h: Palestra sobre a mulher no cinema com a Doutora em Sociologia da Imagem Isabelle Anchieta.

19h: "As Cinéfilas", de María Álvarez (2017) | 74’ | Livre

Documentário sobre idosas da Argentina, da Espanha e do Uruguai que vão ao cinema todos os dias. 

Quinta-feira (14/03)

15h: "Camila: O Símbolo de uma Mulher Apaixonada", de Maria Luisa Bemberg (1984) |105’ | 14 anos | 

Argentina, século XIX. Camila O'Gorman é a filha de um importante diplomata que leva uma vida confortável. Ela se apaixona pelo padre jesuíta Ladislao Gutiérrez e tenta lutar contra seus sentimentos e desejos, que considera impuros. Ela decide confessar para o clérigo o que sente e com o tempo os dois sucumbem à essa paixão. Porém, o novo casal terá de enfrentar a fúria da Igreja e a desaprovação moral da família dela.

17h: "Minha Amiga do Parque", de Ana Katz (2015) | 86’| 12 anos

São dias difíceis os que vive Liz, casada com Gustavo, recentemente mãe de Nicanor, que leva todos os dias ao parque perto de casa. Aí conhece outras mães, um pai e encontra-se com a Rosa, presumidamente mãe de Clarisa e irmã da inconstante Renata. Nasce uma amizade intensa e cria-se uma cumplicidade especial onde se partilham uns dias talhados pela melancolia, o perigo, alguma acidez mas também pela enorme ternura e humor. Katz mergulha no universo feminino e da maternidade, escancarando as suas portas com um olhar agudo e sem pudor.

19h: "Julia e a Raposa", de Inês Maria Barrionuevo (2018) | 105’| 16 anos |

Numa mansão de uma vila em Córdoba, Argentina, uma ex-atriz vive o luto pela morte de seu marido. É inverno e eles precisam consertar a casa para vendê-la. Com sua filha e um amigo antigo, ela descobrirá um novo formato de família.

Roda de Conversa com a diretora Inês Maria Barrionuevo mediada pela professora e doutora da UFMG Roberta Veiga

Sexta-feira (15/03)

17h: "Atlântida", de Inês Maria Barrionuevo (2014) | 88’ | 14 anos | 

Argentina, 1987. É um dia quente de verão e uma tempestade lentamente se aproxima da cidade. Lucia e sua irmã Elena lutam contra o calor na piscina local, onde a fofoca é o principal esporte. Elena conhece Ignacio, um médico com o dobro de sua idade, Lúcia encontra-se com Ana, uma amiga de sua irmã, e juntos eles vão para a periferia da cidade. As duas irmãs vivem um momento de iniciação, que começa e termina nessa tarde de tempestade – e onde nada mais será o mesmo para elas.

Bate-papo com a diretora Inês Maria Barrionuevo

19h: "Sueño Florianópolis", de Ana Katz (2018) | 14 anos | 100’

Buenos Aires, Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Motivados pelo câmbio favorável, caem na estrada em um Renault 12, sem ar-condicionado, e viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa Catarina). Juntos, porém separados, conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão descobrindo qual é o sonho de cada um.

 

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