Literatura

Estímulo a qualquer poesia

Redação O Tempo

Por DANIEL BARBOSA
Publicado em 15 de dezembro de 2010 | 17:21
 
 
 
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Com o objetivo de incitar o envolvimento com a literatura - e, de quebra, garantir a diversão dos participantes -, acontece hoje, no Teatro Dom Silvério, a cerimônia de premiação da 7ª Bienal dos Piores Poemas (BPP), realizada pelo Grupo Oficcina Multimédia, da Fundação de Educação Artística. Um júri formado por Lyslei Nascimento, da Faculdade de Letras da UFMG, Marcos Alexandre, doutor em estudos literários pela UFMG, e o escritor Sergei Chiodi elegeu, entre os mais de cem inscritos na edição deste ano, os vencedores nas categorias ouro, prata, bronze, menções honrosas e hors-concours, cujos nomes serão anunciados logo mais.

Mas, num concurso de piores poemas, o que seriam os melhores? "O intuito da Bienal é estimular as pessoas a escreverem, porque é um evento democrático, não tem que ter nada escrito, não tem burocracia para se inscrever. Nosso mote é um lápis na mão e uma ideia ruim na cabeça. Dentro disso, a gente recebe poemas que são só um ajuntamento de palavras, outros que são notas falsas - aqueles construídos nos moldes do que seria um bom poema, mas que são tortos, com ritmo quebrado, rimas deslocadas -, e também os que são bons mesmos, para os quais a gente tem a categoria hors-concours, porque estão à margem da proposta", responde Ione de Medeiros, diretora do Oficcina Multimédia.

Ela destaca que é um evento para todos e que o caráter competitivo fica, de certa forma, escamoteado. "As pessoas querem escrever e, quando tem um concurso como esse, que é fácil e tem esse caráter irreverente, elas participam mesmo. Tem poetas excelentes que não ganham e se inscrevem para tentar de novo na edição seguinte. Quem não ganha não acha ruim, porque os vencedores são os piores, e quem ganha, curiosamente, fica muito feliz, porque ter reconhecimento por alguma coisa é sempre muito bom", diz.

Temática. Como em anos anteriores, a 7ª BPP tem um tema específico: o sobrenatural foi o escolhido como o deste ano, por causa da simbologia do número sete e pela disseminação do esoterismo. "Tem tanta literatura tentando resolver o enigma do homem hoje em dia, então é uma coisa atual. É um paradoxo: por mais que o mundo esteja cada vez mais materialista, capitalista, o homem nunca vai deixar de se encantar com o mistério. Tem coisas que as pessoas não entendem e a gente quer tocar nesses assuntos de forma diferente. Acho que a melhor forma é o humor, já que não vai ter explicação mesmo", diz Ione.

Naturalmente que, para acompanhar o tema, a entrega do prêmio vai contar com caracterizações de sultões, faquires, ciganas e caveiras, que estarão disponíveis para fazer consultas esotéricas e receber mensagens sobrenaturais.

Agenda

O Que: Premiação da 7ª Bienal dos Piores Poemas
Quando: Hoje, às 20h
Onde: Teatro Dom Silvério (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro)
Quanto: Entrada franca

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