Noturno

Inéditas do Ira! estão a caminho

Nasi fala sobre novo disco da banda e programa na TV

Por Raphael Vidigal
Publicado em 10 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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Entre términos e reconciliações, mais de dez anos separam os fãs do Ira! de um repertório de inéditas da banda. Mas essa longa espera está prestes a chegar ao fim. Até o final de 2018, um disco novo chega às prateleiras e, principalmente, nas plataformas digitais. O formato físico será lançado apenas em vinil, e cinco músicas já possuem letra e arranjos prontos. A produção é do paulista Apollo Nove, que trabalhou com artistas tão diversos como Otto e Wanessa Camargo. Sem querer entregar o ouro antes da hora, Nasi revela o nome de apenas uma canção: “Na Calada da Noite”. 

O ambiente noturno, por sinal, é também o cenário do programa que ele comanda no Canal Brasil desde 2013. Além de uma sexta temporada atualmente no ar, “Nasi Noite Adentro” vai continuar sendo exibido no próximo ano. “O programa foi tão bem avaliado que já renovaram o contrato”, confidencia Nasi. José Trajano, Lobão e Rafinha Bastos são alguns dos convidados que bateram papo com o anfitrião. 

A diversidade de personagens é uma das premissas da atração, mas Nasi impõe suas condições. “O (diretor) André Barcinski gosta de algumas bizarrices. Eu sou mente aberta, mas alguns nomes eu veto. Tem que ser alguém que eu admire ou tenha curiosidade em entrevistar. Chiquinho Scarpa e Oscar Marone foram dois que eu não aceitei nem a pau”, diz. Para o cantor, um dos episódios mais fortes foi com a atriz Helena Ignez, musa do cinema marginal (“O Padre e a Moça”,1965, e “O Bandido da Luz Vermelha”, 1968, são alguns de seus trabalhos). 

“Ela falou pela primeira vez na TV sobre ter terminado como o Glauber Rocha para ficar com o Rogério Sganzerla, e sobre como o Glauber a perseguiu de maneira machista, até os três finalmente se reconciliarem”, conta Nasi.

 

Hip hop será acrescentado ao filme

Exibido no festival In-Edit, o documentário sobre Nasi ainda vai ganhar uma versão definitiva. A pedido do homenageado, o longa-metragem terá acrescidas passagens que contam a experiência de Nasi como produtor musical. Em 1988, ao lado de André Jung, ele foi responsável por dar forma a “Hip-Hop Cultura de Rua”, o primeiro disco voltado para o gênero no país, que trazia nomes em ascensão como Thaíde e DJ Hum. 

Para Nasi, o rap, que não época “nem era considerado música”, atualmente está mais no DNA da música brasileira do que o rock. Mas ele permanece fiel ao estilo. “Há uma liberdade em ser um músico de rock, uma indulgência das pessoas que te veneram por excessos que dariam cadeia para outras”, graceja o cantor, reproduzindo frase dita por Homer em um de seus episódios favoritos da animação “Os Simpsons”.

Lançada em 2012 pela editora Belas Letras, a biografia de Nasi, escrita por Mauro Beting e Alexandre Petillo, serviu de mote para o documentário “Você Não Sabe Quem Eu Sou”, que traz depoimentos de amigos, de companheiros de banda e de familiares do cantor paulistano.

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