Artes visuais

Mapa diverso de referências 

A mostra “Minas Território da Arte perpassa diferentes linguagens e técnicas, das tradicionais às contemporâneas

Por Carlos Andrei Siquara
Publicado em 11 de março de 2014 | 03:00
 
 
 
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Ao abarcar 64 artistas com linhas de trabalho e criações singulares, a exposição “Minas Território da Arte”, a ser inaugurada amanhã, na Grande Galeria Guignard do Palácio das Artes, se oferece como um mapa da produção mineira, desde o início do século XX até a atualidade. O curador Fernando Pedro explica que optou por apresentar as obras a partir do percurso desenhado pelas diferentes linguagens.

Logo na entrada, o público é recebido pelos objetos do artista Arlindo Daibert (1952-1993). Nos dois lados da galeria, há fotografias, depois pinturas, aquarelas, gravuras e, mais ao fim, objetos de cerâmica. No meio, um corredor com esculturas de Jorge dos Anjos, Jarbas Juarez, Paulo Lender e Amilcar de Castro (1920-2002) se destacam.

“Como o acervo é bastante vasto, essa foi uma saída encontrada para facilitar a montagem. Essa divisão permitiu uma leitura por linguagens, que em alguns momentos definem determinadas épocas em razão da maneira como os artistas escolhem trabalhar com meios de acordo com tendências que se delineiam ao longo do tempo”, afirma Fernando Pedro.

“Menos nítidas estão as regiões de onde cada um daqueles artistas vieram. Elas se misturam dentro da exposição”, completa o curador. Em relação a isso, ele explica que esse tipo de informação estará melhor contemplada nos cinco volumes do projeto de pesquisa da qual a mostra faz parte.

“O estudo que deu origem a essa exposição vai possibilitar uma leitura histórica de cada região do Estado de Minas Gerais. Ou seja, por meio da arte, haverá também a possibilidade de sabermos um pouco mais sobre a trajetória da nossa cultura. Sem dúvida, esses volumes serão muito preciosos como instrumentos de referência e pesquisa”, observa o curador.

De acordo com ele, o levantamento deverá ser finalizado em julho. “Nós pretendemos fazer o lançamento deste conteúdo em um box com todos os títulos. Agora, nós estamos buscando recursos para concluir essa etapa do projeto, que foi aprovado na lei federal de incentivo à cultura”, diz.

Finalizado isso, Fernando espera dar continuidade à atividade com a inauguração de um museu que contemple essa produção artística. “Acho que seria interessante defendermos um museu para a divulgação da arte de Minas Gerais, do século XX até o presente. Poderíamos ter um acervo permanente de 150 a 200 artistas expostos, além de uma galeria temporária para receber outros trabalhos”, conclui.

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