Estreia

Minissérie da HBO mostra a vida do ‘filho do ar’, Santos Dumont

Ator e diretores falam sobre a atração que estreia domingo (10) em 70 países e conta a vida do pai da aviação, do interior de Minas Gerais aos salões de Paris

Por Etienne Jacintho
Publicado em 10 de novembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Todo mundo sabe que o brasileiro Santos Dumont é considerado o “pai da aviação”, mas poucos conhecem as histórias por trás de suas invenções. Nascido no interior de Minas Gerais, ele viveu em fazendas no Rio e em São Paulo, onde a família plantava e processava café. Impulsionado pelas histórias de Julio Verne e pelo fascínio que as máquinas da fazenda lhe causavam, Dumont nutriu essa vontade não só de voar, mas de pilotar uma aeronave. Assim, ele poderia viver muitas aventuras também fora das páginas de um livro. 

Para mostrar a trajetória de Santos Dumont, desde sua infância na Zona da Mata até as festas nos grandes salões de baile de Paris, na França, a HBO lança, em parceria com a Pindorama Filmes, a minissérie nacional “Santos Dumont”, hoje, às 21 horas. A atração, que conta com uma superprodução, entra na grade da HBO não só no Brasil, mas também na América Latina e Caribe, além de Estados Unidos, e alguns locais da Europa e África, totalizando 70 países. 

“Foi processo desafiador fazer jus a esse personagem tão gigante, de feitos incríveis”, diz Estevão Ciavatta, diretor e produtor da atração. “Era um grande desafio e acho que conseguimos transmitir essa grandiosidade e responsabilidade para toda a equipe”, conta o diretor. Ele lembra que o primeiro passo foi transmitir esse encantamento por meio da apresentação deste personagem para além do 14 Bis. “Pouca gente conhece a história de Santos Dumont”, atesta Ciavatta. 

Para encantar também o público, a produção contou com um trabalho amplo de pesquisa da vida e de locações – a casa em que nasceu, os locais que frequentava em Paris –, sempre com uma preocupação grande com o belo. “Essa também era uma preocupação dele”, 

Para Fernando Acquaroni, que divide a direção com Ciavatta, seis horas é muito pouco tempo para contar todos os feitos de Dumont, então, tiveram de destacar o mais relevante para a história que a série vai contar. “Queremos dar uma visão de quem foi essa pessoa importante da nossa história. Ele não é o pai da aviação. Ele é o filho do ar”, conclui Acquarone. 

Seis horas de uma vida muito intensa

Para contar uma vida de invenções em apenas seis capítulos, a equipe da minissérie “Santos Dumont” usa bastante o recurso do flashback. “Esse tempo/espaço misturado, conjugado era importante para destacar que os grandes feitos de Dumont em Paris aconteceram porque ele era brasileiro”, explica o diretor Fernando Acquarone – que também vive Cartier na série, amigo de Dumont que o presenteia com um relógio de pulso. “A criação dele veio a partir desse conhecimento mecânico – observando o funcionamento de máquinas de café, de costura, maquinário de fazendas – e das leituras de Júlio Verne”, diz Acquarone. 

O diretor diz que, quando começaram a construir o roteiro da minissérie, a equipe não tinha muita informação sobre a vida pessoal de Dumont. “Tentamos, então, ver de onde vinha essa genialidade dele; imaginar o que ele fazia quando estava sozinho no céu. Achamos que essa sensação de liberdade e felicidade tocou a vida dele e fomos por aí”, diz o diretor. “Esperamos que as pessoas fiquem mais interessadas em Dumont e leiam mais sobre ele. Colocamos no ar seis horas de uma vida muita intensa”, afirma.

"Tive de ter aulas de francês", diz ator João Pedro Zappa

Como foi o processo de criação de Santos Dumont? Você fez muita pesquisa? Li grande parte das biografias e os dois livros que ele escreveu em vida. Ver como ele escrevia, passou uma ideia de quem era ele. Vi também fotos para pegar as expressões intensas dele.

Qual foi o maior desafio dessa composição? O francês. Não falava nada e tinha muitos diálogos em francês, então, o objetivo mais concreto para mim, era chegar num nível que desse conta do texto. Tive de fazer aulas.

O figurino e os cenários te ajudaram na interpretação de Dumont? Alguns cenários davam até vontade de chorar. Era comovente me ver com o figurino. A caracterização já era meio caminho andado para a interpretação, pois era mágico. Colocava e já me sentia em outro lugar. Estava bem amparado. Era só eu não estragar a cena” (risos).

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