Poesia

O conhecido e o raro de Carlos Drummond de Andrade 

Projeto “O Autor na Academia traz recital de Antônio Carlos Secchin na Academia Mineira de Letras

Por Joyce Athiê
Publicado em 25 de fevereiro de 2015 | 03:00
 
 
 
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Foi Antonio Carlos Secchin, membro da Academia Brasileira de Letras, quem trouxe à tona o original desaparecido de “25 Poemas da Triste Alegria”, de Carlos Drummond de Andrade. A obra lançada em 2009 apresentou poemas escritos na década de 1920, sendo quase metade nunca publicada em periódicos. Na época, Drummond pediu a Dolores Dutra de Morais, sua namorada e futura esposa, que datilografasse cada um dos manuscritos. Os originais, que normalmente eram destruídos pelo escritor, foram preservados, embora tivessem ficado desaparecidos por anos.

A publicação recebeu apresentação do próprio crítico e ensaísta carioca, que, após a revelação, segue “drummoniando”, revendo o velho e difundindo o pouco conhecido. “A grande oportunidade de trabalhar com a obra de Drummond é escavar um repertório já consolidado, deixando os poemas saturados que já ganharam a representação que merecem e apresentando os que, por fatores do acaso, não se tornaram conhecidos”, comenta.

A convite do Instituto Moreira Salles, Secchin concebeu um recital poético para as comemorações do Dia D. Originalmente nomeado “As Sete Vozes de Drummond”, em diálogo com o famoso “Poema de Sete Faces”, Secchin propõe uma divisão de fases da poesia do mineiro. “Ele mesmo já havia indicado nos anos 60 que a poesia dele poderia ser dividida por temas. E eu criei a minha divisão”.

Infância, poesia, família, solidão, amor, morte e sociedade são os temas que congregam um conjunto de poemas sugeridos a partir da importância da obra de Drummond, levando em consideração também a diversidade de formas – versos curtos, longos, livres, soneto.

Na apresentação, Secchin faz uso de projeção de imagens e trilha em alguns poemas, mas faz questão de frisar que os efeitos são aliados e não tiram o foco da palavra. “O recital é a valorização da poesia falada. Ali é o momento para ouvir e não ler Drummond, por isso, me esforço para unir e para comunicar ao público a literatura de alto nível”. Cheio de surpresas, Secchin não revela seu repertório.

Agenda

O quê. Recital poético “Carlos Drummond de Andrade

Quando. Hoje, às 19h

Onde. Academia Mineira de Letras (rua da Bahia, 1466, Centro)

Quanto. Entrada gratuita, sujeita à lotação da casa. Retirada de senha 30 minutos antes da apresentação.

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