O prefeito Márcio Lacerda decidiu retomar o prêmio literário Cidade de Belo Horizonte. No ano passado a Fundação Municipal de Cultura anunciou o fim do evento criado em 1947 e que teve sua última edição em 2009. A mobilização de escritores foi decisiva para que o concurso volte a integrar a cena cultural de Belo Horizonte.
A esposa do prefeito, Regina Lacerda, foi procurada por um grupo de autores para interceder pela volta do prêmio. "Ela conversou com o prefeito, que se convenceu da importância do evento para a cidade e decidiu reativá-lo", conta o assessor-chefe de comunicação social da prefeitura da capital, Régis Souto. Segundo ele, ainda não há nada definido quanto à data de realização.
Em reunião na Fundação Municipal de Cultura, na semana passada, com grupos de escritores e membros da sociedade civil, foi debatido um novo formato de premiação. "Em vez de quatro categorias anuais (romance, conto, poesia e dramaturgia), que era o comum, queriam que fosse apenas uma por ano, o que ao nosso ver é inaceitável", conta Dagmar Braga, participante do Coletivo 21, grupo de autores belo-horizontinos que, em meados do ano passado, redigiu um manifesto pedindo a manutenção do prêmio.
Segundo Braga, a Fundação sugeriu o valor de R$ 20 mil para o vencedor, valor considerado irrisório pelo grupo. "Esse valor, comparado a outros prêmios nacionais de literatura, é muito baixo. Nossa demanda é de que seja R$ 50 mil pelas quatro categorias tradicionais. Aí o prêmio terá a visibilidade que merece. E a prefeitura tem que fazer uma divulgação digna", reivindica.
Segundo Souto, o prefeito pediu para remodelá-lo mais uma vez, levando em conta o desejo dos autores. "A PBH montou uma comissão para tratar do assunto. Queremos encontrar uma solução para que o evento aconteça", frisa.