Micael Borges

Queria antes de tudo um projeto que fosse de vida

Redação O Tempo

Por Rodrigo Soares
Publicado em 06 de janeiro de 2009 | 18:44
 
 
 
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Em entrevista concedida ao Magazine, Micael Borges, um dos protagonistas da próxima temporada de “Malhação”, discorre com entusiasmo sobre seu personagem na trama jovem e as perspectivas que um trabalho como esse inevitavelmente abre. Entretanto, o que faz o ator falar mais solto e por vários minutos é o questionamento sobre seu início de carreira nas artes, no grupo teatral Nós do Morro, que tem sede no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro. “Falando é até difícil explicar o que o grupo significa pra mim. É uma camisa que vestirei até o fim da minha vida”, conta o ator que, além de aluno, dá aulas para crianças no grupo. “O trabalho desenvolvido lá dá oportunidade para muita gente que, não fosse ali, não teria acesso à cultura. Admiro profundamente o Guti.” O Guti ao qual Micael se refere é Guti Fraga, ator que, 22 anos atrás, decidiu montar um grupo que, “além de um projeto teatral fosse um projeto de vida”. “Moro no Vidigal há 33 anos e sempre digo que fui um pobre com oportunidades. Quando voltei de uma temporada em Nova York, decidi montar um grupo que ensinasse arte, mas também passasse aos envolvidos a solidariedade, a disciplina, o amor ao próximo.

Queria, e acredito que estamos conseguindo, formar artistas-cidadãos”, diz Fraga. Hoje, o Nós do Morro possui 550 alunos apenas no Vidigal (já que o projeto tem multiplicadores em cidades do interior do Rio), 70% deles moradores da própria comunidade. Para ministrar as aulas e disseminar cultura, o grupo conta com uma biblioteca, um cinema e dois teatros (que são mantidos através do patrocínio da Petrobras). “Temos épocas de ter mil inscritos para cem vagas. Infelizmente temos de fazer seleção, e optamos pelas entrevistas, para conseguir compreender a realidade de cada um e verificar se a pessoa realmente tem vontade. Se quiser verdadeiramente, pode vir, seja que idade tiver.”

Mais recentes montagem do Nós do Morro

2007 – “Os Dois Cavaleiros de Verona”, baseado no texto original de William Shakespeare.

2006 – “Carmem de Tal”, baseado na obra do escritor francês Prosper Mérimée.

2005 – “Sonho de Uma Noite de Verão – Uma Intromissão do Nós do Morro no <CP8.9>Mundo de Shakespeare”

2004 – “Burro sem Rabo ou...”

2002 – “Noites do Vidigal”, espetáculo musical com trilha sonora de Gabriel Moura e do grupo Farofa Carioca.

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