'Stranger Things 3' estreia na Netflix: os anos 80 estão de volta

“Stranger Things” volta à Netflix dia 4 de julho, quinta-feira, para sua terceira temporada. A data, que marca a Independência dos Estados Unidos, não poderia ser mais emblemática para uma série que brinca bastante com esses símbolos e costumes americanos. Sua primeira temporada mostrou o Natal e, a segunda, o Halloween. À primeira vista, a atração pode parecer coisa de criança ou, no máximo, de adolescente.

A verdade, porém, é que “Stranger Things” traz, em sua ironia, visual e referências, elementos que só atingem os maiores de 30 e muitos anos. A começar por sua estrela, Winona Ryder, figura presente em filmes clássicos dos anos 80 e 90 como “A Volta de Roxy Carmichael”, “Edward Mãos de Tesoura” e “Minha Mãe É uma Sereia”.

Ambientado nos anos 80, “Stranger Things” tem no suspense e no terror leve seu pano de fundo para focar a amizade. A série começa com Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo), Lucas (Caleb McLaughlin) e Will (Noah Schnapp) em uma partida de RPG. Quando Will deixa a casa de Mike, algo sobrenatural acontece e ele some. A partir daí, a cidadezinha de Hawkings inicia a busca por Will. A mãe do garoto, Joyce (Winona), começa a perceber que há algo sobrenatural no ar e, junto com outros personagens, descobre o tal mundo invertido, que esconde muitos mistérios. 

A primeira temporada não esconde a inspiração no conto “O Corpo”, de Stephen King, que teve uma ótima adaptação para o cinema pelas lentes de Rob Reiner em “Conta Comigo” (1986). Há até uma cena, na série, em que os três amigos saem em busca de Will na floresta, seguindo os trilhos de uma ferrovia, assim como no longa. Também há uma pitadinha de “Goonies” na história. Além da ação, a série aborda o amadurecimento desses meninos e as descobertas da idade. 

A primeira temporada apresenta, ainda, os meninos pré-adolescentes, seus irmãos mais velhos – especialmente Nancy (Natalia Dyer) e Jonathan (Charlie Heaton) –, suas famílias, o detetive Hopper (David Harbour) e a misteriosa garota Onze, a atriz Millie Bobby Brown. A menina, que possui um “011” tatuado em seu antebraço, revela ter superpoderes. 

Já a segunda temporada começa em clima de “Mad Max”, título do primeiro capítulo. Assim como no filme, o episódio mostra uma gangue. Logo, o espectador percebe que uma garota da quadrilha, Kali (Linnea Berthelsen), tem a mesma tatuagem de Onze, mas com o número “008”. Enquanto isso, em Hawkings, os amigos tentam retomar suas vidas um ano após os acontecimentos bizarros.

Nesse cenário, muitas revelações são feitas, principalmente em relação a Will e Onze. Há a entrada de novos personagens, como o novo namorado de Joyce, Bob (Sean Astin, protagonista de “Goonies”); os irmãos Billy (Dacre Montgomery) e Max (Sadie Sink); Terry (Aimee Mullins), a mãe biológica de Onze.

Os símbolos da cultura pop americana ainda são fortes e o ar oitentista segue firme, compondo um visual estranho aos espectadores mais jovens, mas trazendo nostalgia para os maiores de 35. 

"Um verão pode mudar tudo"

O trailer da terceira temporada dá algumas pistas do que vai acontecer em Hawkings e deixa claro que a ironia segue presente. A data de estreia ser 4 de julho não é algo aleatório. No trailer, o espectador vê os fogos típicos da celebração do Dia da Independência. Além disso, os olhos de Onze estão vendados com uma bandeira americana: a menina está fazendo contato com o mundo invertido.

As cenas já divulgadas mostram Onze sempre na companhia de Max e numa atitude bem adolescente que se estende aos meninos que, agora, são “homens”, como defendem os personagens. O slogan da temporada é “um verão pode mudar tudo” e um dos pontos de encontro da turma vai ser a piscina pública com direito a salva-vidas à la “Baywatch: SOS Malibu”. Outro cenário será o jornal de Hawkings, onde Nancy e Jonathan vão trabalhar, com um novo personagem vivido por Jake Busey, filho de Gary Busey – ator presente em inúmeros filmes dos anos 80 e início dos 90, como “Caçadores de Emoções”.