Personagem da cena musical independente de Belo Horizonte e fundadora de diversos na capital, entre eles o Bloco Chama o Síndico, a Fanfarra Feminina Sagrada Profana e as festas “Geleia Geral Brasileira” e “Baixo Ventre”, Naroca também já integrou bandas da cidade, como a Trovão das Minas, o Iconili e os blocos Como te Lhamas e Alcova Libertina. A musicista  acompanhou artistas como Marcelo Veronez, Brisa Marques, Fernanda Polse e Victor Magalhães e recentemente gravou as percussões do último trabalho de Lô Borges. Com uma longa trajetória, agora Naroca alça vôo solo: nesta sexta-feira (18), ela lança o single “Tangará”, que também ganhou registro em videoclipe.

“É uma música que traz paz. E acho que, no momento que estamos vivendo, ela cai bem”, afirma Naroca, que assina letra e música em parceria com o poeta Rafael Fares. A compositora se refugiou no campo, nos primeiros momentos da pandemia, e o contato com a natureza também fez surgir um processo de autoconhecimento que se refletiu na canção. O clipe mostra a artista em mergulho no universo “Tangará”, nome do condomínio em Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a composição surgiu. 

“Tangará vai além do voz e violão e conta com elegantes samples, timbres e grooves eletrônicos arranjados pelo músico e produtor Rafael Fantini, que mostrou à artista as possibilidades reais de produções caseiras ancoradas na fusão entre instrumentos orgânicos e elementos eletrônicos. “É incrível a possibilidade de fazer música dentro de casa, de uma maneira mais íntima, ágil e amorosa. Esse ambiente me ajudou a me soltar. Talvez se tivesse sido em um estúdio, com desconhecidos me olhando, o voo seria diferente”, diz Naroca, que atualmente é regente e percussionista do Chama o Síndico e da Sagrada Profana.

As imagens do clipe, dirigido por Humberto Mundim, Rafael Fares e pela própria Naroca, foram captadas na Serra do Cipó e buscam retratar as metamorfoses artísticas da musicista. “É uma interpretação poética deste universo, a minha transformação em pássaro. Um clipe feito por uma equipe multidisciplinar da cena independente, que mostra esse voo interior com uma boa dose de psicodelia”, ela diz. A direção de fotografia é de Bernard Machado; a beleza, de Cacá Zech, e Lira Ribas assina o figurino.