Depois da estreia com "Xabisa", com Michelle Sá e Alexandre de Sena, a edição de 2020 do projeto Solo Negro prossegue nesta sexta-feira com “Eu”, espetáculo com Led Marques. Como já publicado aqui, este ano, o projeto idealizado por Mauricio Tizumba (Cia Burlantins) como espaço de difusão do trabalho de artistas negros da cidade, com espetáculos que dialoguem com a cultura afro-brasileira contemporânea ou tradicional, e que tenham um formato solo; acontece no ambiente online, em função da pandemia do novo coronavírus.
"Eu" estreou em 2014 e é baseado na história real do artista Led Marques, que cresceu e viveu em contato com a periferia de Belo Horizonte, e que, graças à dança, pode experiência um contato direto com artistas de diversos estilos e histórias. "É um monólogo que conta a trajetória de vida de um jovem negro, morador de periferia, que é sempre abordado pela polícia, desde criança sofrendo essa opressão. Ele encontra o hip hop, que é um lugar que dá voz a ele. .E por meio da dança, do grafite e de todo o movimento, ele vai se empoderando e ganhando mais força, para poder falar sobre toda essa carga que ele sofreu - e sofre - simplesmente por ser negro e morar na periferia", diz Led
Partindo de improvisações e áudios que recolheu durante um ano, ele fez montagens de músicas e coreografias. Em certo momento, por exemplo, ouvem-se o som de sirenes, e o rapaz, negro, correndo, até ser parado, apenas por conta de sua cor.
Já neste sábado (24), será a vez de “Lótus”, com Danielle Anatólio, um espetáculo sobre mulheres que, em função da cor da pele, são invisibilizadas pelo patriarcado. O encerramento será no domingo (25), com “Presente + invisível”, de Roseane Corrêa.
Os espetáculos serão exibidos no canal youtube.com/ciaburlantins, sempre às 20h, com acesso gratuito.