Luto

Sonia Abreu, primeira DJ do Brasil, morre aos 68 anos

Ela teve uma fadiga respiratória em decorrência da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença degenerativa que afeta o sistema nervoso

Por FOLHAPRESS
Publicado em 27 de agosto de 2019 | 15:17
 
 
 
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A primeira DJ mulher do Brasil, Sonia Abreu, morreu na noite desta segunda (26), aos 68 anos. Ela teve uma fadiga respiratória em decorrência da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença degenerativa que afeta o sistema nervoso e acarreta em paralisia motora irreversível.

Na música desde os anos 1960, Sonia estava ativa e se apresentou pela última vez em junho, na Galeria Olido, no centro de São Paulo. Na ocasião, ela já estava debilitada, e comandou as picapes de cadeira de rodas.
Para Claudia Assef, jornalista, biógrafa e amiga de Sonia, ela foi uma pioneira "não só na música". "Sempre foi uma mulher que furou as bolhas e quebrou paradigmas. Nunca perguntou se uma mulher poderia discotecar, se poderia dirigir um soundsystem em cima de um ônibus ou de um barco. Ela simplesmente foi fazendo."

Quando Sônia Abreu começou, a profissão dela sequer tinha nome -os DJ eram chamados de sonoplastas. Nascida em 1951, ela começou a dar os primeiros passos na música com 12 anos. Aos 16, começou a tocar profissionalmente.

Sonia -chamada de "Soniaplasta", uma junção do nome à profissão- trabalhou na programação da rádio Excelsior (atual CBN), onde lançou a coleção de discos "A Máquina do Som", nos anos 1970. Depois, passou pela 89 FM (a Rádio Rock), Brasil 2000, Rádio USP e Rádio Globo.
Nos anos 1980, ela também tinha uma rádio pirata e ambulante, chamada Ondas Tropicais, em que passava tocando pelas ruas de São Paulo em um Fusca, kombi ou trio elétrico. Segundo a biografia da DJ, o livro "Ondas Tropicais", até em um barco ela chegou a tocar com a rádio.

A biografia da primeira DJ do Brasil saiu em 2017, assinada por Assef em parceria com o jornalista Alexandre Melo. A autora, que visitou Sonia pela última vez na sexta (23), diz que música era a vida da DJ.

"Acho que ela devolveu tudo isso para a gente, em forma de eventos, discos, músicas, tendências que ela lançou", comenta Assef. "E ela queria morrer tocando. Eu sei disso."

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