Grindcore

StomachalCorrosion: cada vez mais cru, sujo e visceral

Banda mineira lança segundo disco, autointitulado, pela gravadora Cogumelo Records

Por Thiago Prata
Publicado em 01 de outubro de 2018 | 22:26
 
 
 
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Nos quase 35 minutos de seu novo e autointitulado disco, o StomachalCorrosion destila um grindcore cru, agressivo, sujo e técnico. E, diga-se de passagem, de muita qualidade, fazendo jus à tradição do fértil terreno do metal mineiro, que deu luz a nomes reconhecidos nacional e mundialmente, como Sepultura, Sarcófago, Overdose, Chakal, Sextrash, Tuatha de Danann e Drowned.

E apesar de ser apenas seu segundo álbum full-lengh, o Stomachal não é um novato da cena. Nascido em 1991, o grupo soltou no mercado seu debut, “Transtorno Obsceno Repulsivo”, em 2005, além de vários splits como, por exemplo, ao lado dos belgas do Agathocles e dos portugueses Disfigured Human Mind.

O mais recente trabalho, porém, apresenta uma nova formação, com a entrada do baixista Hash Golem, e é o primeiro lançado pela gravadora Cogumelo Records.

“Fazemos um som que hoje encaro como algo com alguma identidade própria. O legal do grindcore é que ele é um estilo que, a meu ver, tem muita flexibilidade nas linhas dos instrumentos de cordas, principalmente, onde se pode encontrar nuances de outros estilos dentro da música extrema”, ressalta o guitarrista e fundador da banda, Charlie Curcio. Completam a formação o vocalista Saulo Eustáquio e o baterista Fred Catarino.

Ao todo, são 22 faixas, incluindo uma introdução, contendo riffs pesados e vocais guturais e rasgados e de curta duração – 18 delas não ultrapassam dois minutos. As letras, por sua vez, foram escritas sob três idiomas.

“Nosso estilo músico-ideológico provém do hardcore e do punk, passando pelo metal, então nossas letras tem cunho o mais realista e social possível. Se nas artes gosto de alguma liberdade e subjetividade, nas letras, as frases são curtas e diretas. O lance de escrever em português, inglês e até esperanto se deve a essa busca por alguma liberdade na forma de compor nossa obra como um todo”, explica Curcio, que elogia o atual line-up.

“Os outros três caras da atual formação já sabiam da banda quando nos conhecemos. Isso dá uma facilidade para tudo que se refere ao trabalho como um todo. Acaba que a banda fala mais alto do que as vontades de seus músicos, ou seja, nós entendemos que há um estilo, uma linha e uma personalidade natural da banda que nós precisamos seguir e respeitar. Se mudarmos isso não será o StomachalCorrosion”, diz.

E com o novo disco recém-saído do forno, é hora de traçar os próximos passos. “Tocar ao vivo, divulgar e vender o CD atual. Já pensamos em um novo trabalho para 2020, mas lançamentos paralelos, com gravações ao vivo e em formatos secundários, podem surgir até lá”, relata.

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