Quem escuta “Sete Vidas”, primeira faixa do álbum “Quantum”, do belo-horizontino Túlio Araújo e do paulistano Daniel Grajew, já tem um anúncio do que virá a seguir. Sem colocar o disco em uma prateleira específica, o duo mescla jazz, samba e eletrônico. 

Combinando o pandeiro de Araújo e o piano de Grajew, que também toca sintetizador, o trabalho envereda por caminhos sonoros com liberdade, se valendo muito do improviso para chegar às nove músicas que compõem o instrumental “Quantum”, lançado pelo selo Savassi Festival Records e já disponível nas plataformas digitais.

“Tem tudo isso no balaio que a gente tentou reunir em um disco que fosse a nossa cara”, diz Araújo, que faz questão de destacar que o disco não segue um estilo ou uma fórmula pré-determinada.

Ele e Grajew se conheceram em 2016 e a sinergia foi imediata. Em maio deste ano, a dupla se reuniu para registrar, em apenas dois dias, o que viria a ser o álbum. Antes, porém, as colaborações entre ambos eram frequentes, mesmo à distância. “Fizemos os arranjos via WhatsApp, dialogamos muito nesse processo. Tem muita gente que reclama da internet, mas, se não fosse ela, não estaríamos com esse trabalho na mão”, comenta Araújo. 

“Quantum” também ganha edição física e a dupla fará um show em São Paulo, em setembro, para marcar o lançamento do disco. Aliás, o músico, que tem três trabalhos autorais em sua carreira, experimentou, pela primeira vez, dividir a feitura de um disco com outro músico. “Tivemos embates democráticos para decidir nome, capa, repertório. Foi um processo de desapego tanto dele quanto meu”, acredita.

Como conta Araújo, ele e o parceiro se propuseram a questionar o papel do pandeiro e do piano e a assumir novas facetas dos instrumentos. No fim deste mês, a dupla parte para uma turnê de 20 dias por seis países da Europa.