Formato híbrido

Zeca Baleiro inaugura shows presenciais em BH durante a pandemia neste sábado

Compositor se apresenta no palco do Cine Theatro Brasil Vallourec, a partir de 20h, em espetáculo que também será transmitido pela internet

Por Bruno Mateus
Publicado em 31 de outubro de 2020 | 07:16
 
 
 
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Zeca Baleiro, 54, já fez dezenas de shows em Belo Horizonte em mais de 20 anos de uma carreira consolidada por álbuns de sucesso, turnês Brasil afora, parcerias com diversos nomes da MPB e uma trajetória marcada pela diversidade musical e diálogos com ritmos que dizem muito sobre a cultura nacional. Mas, neste sábado (31), Zeca vai viver uma experiência nova: ele inaugura, a partir de 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, os shows em formato presencial na capital mineira. No palco, o maranhense apresenta o espetáculo “O Amor no Caos, Voz e Violões”, nome bastante apropriado para tempos de pandemia. 

O show, marcado inicialmente para o dia 30 de outubro somente para as plataformas digitais, tem algumas particularidades: será realizado ainda em meio à quarentena, com os testes de protocolos em sua fase inicial, para o público que for ao teatro e também para quem comprar o ingresso virtual. O teatro terá 1/3 de sua ocupação.

Embora tenha feito lives e uma apresentação no estilo drive-in no Memorial da América Latina, em São Paulo, no dia 17, o clima de hoje contribui para que Zeca Baleiro saiba exatamente o sentido do termo “novo normal”, tão usado nesse período: também é o primeiro show dele tão perto dos fãs. “Sim, bate uma sensação diferente. É tudo muito novo, e estamos aprendendo como fazer”, destaca o compositor maranhense.  

O fato de poder voltar aos palcos de um teatro com plateia, ainda que reduzida para atender os protocolos de segurança sanitária, e debutar o formato em BH é uma alegria para o cantor. Em dois momentos de sua vida, nos anos de 1986 e 1992, Zeca Baleiro morou na capital mineira e por aqui trocou em bares e viveu a rotina dos músicos que buscam um lugar ao sol. “O público mineiro é muito caloroso e bem informado sobre música. Estou ansioso pelo reencontro, tenho certeza de que será muito bom. Adoro tocar aí, e, nesse momento de reabertura, será mais especial ainda”, ele comenta.  

O repertório do show, que tem o músico Tuco Marcondes na tabelinha com Zeca, desfila sucessos da carreira do músico, entre eles “Telegrama”, “Lenha”, “Quase Nada” e “Babylon”, além de canções que estão em “O Amor no Caos”, lançado, em dois volumes, em maio e outubro de 2019, como “Sete Vidas” e “Ela Nunca Diz”.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A retomada da turnê interrompida pela pandemia também vai ganhar novidades: “Neste período lancei ‘Canções d’Além-Mar’, álbum dedicado ao cancioneiro português, e devo incluir alguma dessas canções no roteiro do show”.  

Embora esteja feliz com a volta aos palcos, um assunto anda deixando o músico aflito, e só de falar sobre a postura do governo Bolsonaro em relação às artes ele confessa “um certo desgosto”. Zeca Baleiro diz que a cultura, “um dos nossos maiores bens, senão o maior”, é propulsora de educação e cidadania, além de gerar receita para a economia do país, mas a gestão federal, que ele classifica como “obtusa, obscura, recalcada e fanática ao querer acabar com tudo”, parece menosprezar esse setor tão importante para as questões relevantes da sociedade. “Só vamos mudar e retomar algo depois que essa ‘peste’ passar. Que seja logo”, Zeca ressalta.  

Segurança

Segundo o Cine Theatro Brasil Vallourec, foi instalada uma sinalização indicando distanciamento mínimo entre as pessoas, que terão a temperatura medida na chegada à bilheteria, antes do acesso ao Grande Teatro. Procedimentos como a disponibilização de álcool em gel 70% em locais de fácil acesso e a interdição de poltronas de forma escalonada na plateia também serão adotados.

Novas parcerias na quarentena e álbum à vista 

O período de isolamento foi sinônimo de criatividade e muito trabalho para Zeca Baleiro. O músico conta que pôde se reaproximar de parceiros como Chico César, Fausto Nilo, Zélia Duncan e Wado, com quem lançou o samba “Depois do Fim”, que conjectura um mundo pós-pandemia, ao mesmo tempo que abriu novos diálogos com outros artistas, entre eles Lucina, Vicente Barreto, Flávio Venturini e Vinícius Cantuária. Na sexta (30), a versão acústica de “Caverna”, tabelinha dele com Lula RIbeiro, chegou às plataformas digitais. 

“Também tive tempo de organizar um pouco a vida, composições avulsas, inclusive, e compus duas trilhas para cinema. Mas não sobrou tempo para ouvir novos (artistas), infelizmente”, comenta o músico. Para a safra autoral, o isolamento também parece ter feito bem à produção do maranhense. “Estou compondo bastante. Tenho vontade de gravar um álbum com músicas feitas na quarentena também. Foram mais de 30 até agora”, conta.  

Eclético, Zeca Baleiro transita entre diferentes estilos, e o próximo lançamento dele vai contemplar o samba, ritmo que ele vez ou outra visita em sua obra. A novidade ainda não tem data para sair do forno, mas, como o artista afirma, já está quase concluída: “Tem um álbum ‘no prelo’, gravado antes da parada. Faltam só vozes e vocais”.

Programe-se 

Zeca Baleiro apresenta o show “O Amor no Caos, Voz e Violões” neste sábado (31), a partir de 20h, em formato híbrido: presencial, no Grande Teatro do Cine Theatro Brasil Vallourec, e online. Quem optar pelo virtual receberá um link de acesso à plataforma Eventim. Cada link dá direito a um acesso. Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).

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