O fim da escala 6x1 é visto pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) como um impedimento para o desenvolvimento econômico do país. Para a CDL/BH, a medida pode ainda estagnar o setor de comércio e serviços. A entidade informou que está acompanhando as discussões sobre o tema junto às entidades do Sistema CNDL, e se mobilizará em defesa do setor em conjunto com a Frente Parlamentar do Comércio e Serviços (FCS).
O assunto é discutido na Câmara dos Deputados. Atualmente, há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) que visa a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, estabelecendo três dias de descanso e quatro dias trabalhados.
“A geração de emprego e renda está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico do país. Ainda que nosso ambiente econômico interno venha apresentando resultados positivos, nossa estrutura ainda é fragilizada quando comparada aos países que adotam a escala sugerida pela PEC. Entendemos que o descanso do trabalhador é fundamental para que ele possa exercer sua melhor performance, contudo, a redução da jornada de trabalho pode trazer uma série de desafios para o ambiente de negócios do país”, destaca o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Dentre os possíveis entraves gerados pela redução da carga horária de trabalho, a CDL/BH cita o impacto direto no setor de comércio e serviços que, somente na capital mineira, corresponde a mais de 70% do Produto Interno Bruto e emprega mais de um milhão de pessoas.
“A escala de trabalho 6×1 é adotada, principalmente, no setor de comércio e serviços em que funcionários trabalham aos finais de semana, inclusive nos estabelecimentos que prestam serviços essenciais, como em supermercados, farmácias, restaurantes, entre outros estabelecimentos. Com uma jornada reduzida, as empresas precisariam contratar mais funcionários para cobrir todo o horário de funcionamento, o que representaria aumento de custos aos negócios, especialmente aos médios e pequenos”, avalia o dirigente.
Ainda de acordo com o presidente da entidade, as micro e pequenas empresas merecem atenção especial nessa discussão, pois, certamente, serão as mais impactadas, se tornando menos competitivas devido ao aumento nos custos. “Ao contrário das grandes empresas, que podem absorver parte do impacto ou automatizar processos, os pequenos negócios já operam com margens apertadas, não possuem orçamento para contratar mais funcionários, e a imposição de novos custos pode inviabilizar financeiramente muitos estabelecimentos de pequeno e médio porte, que são os principais empregadores”, finaliza Souza e Silva.